Esta semana, Patrícia divulgou o resultado de uma pesquisa de mercado feita na própria China pelos fuçadores da Apex. Os sabichões acabaram descobrindo vários nichos de mercado, voltados em especial pro povão que deixa as classes econômicas mais baixas e começa a ter mais dinheiro no bolso pra gastar com produtos de melhor qualidade e até mesmo com supérfluos.
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A sacada, aponta a analista da Apex, é entrar em nichos de mercados que exigem produtos de alta qualidade pra conquistar a já volumosa classe média chinesa, porque o que não falta por lá são produtos baratos e de todos os tipos. Entrariam nessa lista os ramos de moda, joias e até alimentação.
Missão brasileira à China
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A apresentação do estudo da Apex foi feita em Floripa, na quarta-feira, durante o lançamento da Missão Empresarial Brasileira à China, que tá sendo coordenada pela federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Os empresários brazucas que integrarem a missão terão a oportunidade de participar da famosa Feira de Cantão, um gigantesco evento de negócios onde se vende e se compra tudo o que é possível imaginar.
Esta é a oitava vez que o pessoal da Fiesc leva engravatados pra feira de Cantão. O objetivo é prospectar oportunidades, fechar negócios e trazer experiências comerciais pro Brasil.
Setor de alimentos é a grande sacada pra vender pros chineses, diz abobrão do porto
No estudo da Apex, o setor de alimentos aparece como uma das grandes oportunidades para os empresários catarinenses interessados em fazer negócios com os chineses. Robert Grantham, diretor comercial do porto público de Itajaí, concorda. Temos que bater e focar na questão dos alimentos. São 1,3 bilhão de bocas para alimentar na China e a classe média deles vai começar a frequentar supermercados, a consumir produtos de melhor qualidade, avalia o abobrão do porto.
Hoje, diz Robert, a balança comercial entre China e Brasil pelo complexo portuário de Itajaí é desequilibrada ao extremo. Se considerar em termos de importação, 36% do volume do que entra por aqui vêm da China, informa, completando: Na exportação é que temos um brutal desequilíbrio, pois a China não aparece nem como um dos 10 maiores importadores.
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Em nível nacional, o Brasil vende mais do que compra dos chineses. É a chamada balança comercial positiva. Mas isso acontece porque os chineses compram muitas commodities, como soja e minério de ferro, explica Grantham. Mas, por aqui, a coisa muda, já que o forte das exportações pelo rio Itajaí-açu é de produtos manufaturados. Lá (na China) eles fabricam de tudo e a preços competitivos, observa ainda, ressaltando a dificuldade de competição.
Por isso, pro diretor comercial do porto público, a grande sacada pro empresário catarina interessado em fazer um negócio da china com a China é o setor de alimentos. Principalmente com o recente acordo firmado entre os dois governos pra entrada da carne suína brasileira naquele mercado.
Se link
Tá a fim de saber mais detalhes da feira de Cantão? Então dê uma olhada no saite dos organizadores da feira: www.cantonfair.org.cn. Se você não fala mandarim ou inglês, do lado direito, logo acima, selecione o campo select a language e clique em portuguese.
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Se ficou interessado em participar da feira, então faça parte da comitiva da Fiesc. Veja como através do saite https://www3.fiescnet.com.br/china2011.
Empresário joga balde de água fria
A chance de exportar pra China é praticamente zero!. O balde de água fria em quem pretende se agarrar nas supostas oportunidades de negócios com os chineses é do empresário Dolor Danúbio da Silva. Dono da malharia Angel, seu pessoal já visitou a feira de Cantão e sua empresa tem negócios com aquele país asiático. Por isso, Dolor sabe bem onde dói o calo nas relações comerciais com a China.
O problema, analisa Dolor, é que na China se produz boas mercadorias e a preços baixos. No mundo ou se exporta inteligência ou preço. Na China eles exportam preços, afirma. A empresa de Dolor, que trabalha exclusivamente com roupas femininas, produz na sede em Itajaí os desenhos e as estampas das peças, que são enviados para a China, onde uma fábrica parceira produz as mercadorias com um custo bem menor que o brasileiro.
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O empresário peixeiro não vê oportunidades de exportação para o mercado chinês de produtos catarinas. Acho muito difícil exportar mais do que pau-Brasil, ironiza, referindo-se à exportação brasileira quase exclusivamente de produtos primários para a China, como o minério de ferro.
Este ano, Paula Chavier e Maria Schmidt, filhas de Dolor e que atuam na direção da Angel, voltam à feira de Cantão. Enquanto empresa já visitamos a feira de Cantão na qualidade de prospecção de negócios. Não para vender, observa.