O funcionário público A.M., 23 anos, sabe bem o que é perder algo valioso pra bandidagem. Numa manhã de sábado de maio, estacionou o seu Golzinho na rua 904, no centrão da Maravilha do Atlântico, pra bater perna no comércio. Duas horas, quanto voltou pra pegar o carango, não encontrou nem as calotas do possante. Não é um carro caro, que chame a atenção, e ainda assim levaram, sincabreira o barnabé, que ainda paga por mês uns 400 pilas do financiamento do quatro-rodas.
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Assim como o A., outras 120 pessoas sentiram o amargo gosto de perder seus possantes no Balneário Camboriú. Pelos dados da polícia Civil, o maior alvo são os carros e caminhonetes populares, do tipo golzinhos, uninhos ou saveirinhos. Mas a bandidagem também levou caminhão, ônibus e até trator.
Os ataques dos ladrões rolam na maioria no centro da city, apontam as estatísticas dos homidalei. E não pense que é nas madrugadas badaladas do Balneário que mora o perigo. Por lá, se rouba carro a qualquer hora do dia.
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As otoridades têm ficado de cabelo em pé este ano. Até ontem, 254 veículos (somando carros, caminhonetes e motos) haviam sido furtados na city. Um número 67% a mais que o mesmo período do ano passado.
A delegada Maria de Fátima Ignácio diz que não há um padrão pros furtos. Muitos rolam pois estão em locais de fácil ataque pros bandidos ou até mesmo em rota de fuga. Muitos agem pela oportunidade, afirma. Outros, usam os possantes pra praticarem assaltos.
Nos casos em que os carangos não vão pra desmontes, os bandidos chegam a fazer sacanagens, conta a delegada. Na segunda-feira desta semana, um fiestinha furtado foi encontrado horas depois tostadinho pelo fogo.
Muitos dos carros furtados ou roubados acabam sendo levados pra desmanches da região ou até são vendidos fora do estado, diz ainda a delegada Maria de Fátima. Vez por outra, afirma, tem ladrão de carro sendo preso. Procuramos sempre analisar as filmagens dos locais de onde foram levados os veículos e isso ajuda muito na identificação, revela.
O que o povão faz pra atrapalhar o ladrão
A protética Ariane Marim, 46 anos, sabe o que é ser alvo da bandidagem. Natural do Rio de Janeiro, conta que por lá seu marido até já sofreu sequestro-relâmpago, enquanto estava no trânsito. Já sua sogra teve o carango furtado de dentro da garagem do prédio onde mora.
Com tantas experiências ruins, hoje Ariane tem receio de estacionar o seu carango em qualquer lugar. Diz que procura parar em locais de grande movimento, deixar as portas trancadas, vidros fechados e não manter objetos por cima dos bancos. Todo cuidado é pouco, ressalta.
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A vendedora Rosemeri Lopes, 22, pensa diferente. Conta que toma os cuidados necessários, mas se sente segura em deixar o carro pelaí, pois confia no seguro. A gente paga por essa segurança. Seu pai, o comerciante Tadeu Dias Lopes, 58, concorda. Confessa que sequer busca se precaver dos ataques dos bandidos ao seu carango segurado.
Veja o que fazer pra cuidar do seu carango
Use no volante um cadeado com corrente ou alguma trava que seja reforçada;
Não deixe equipamentos eletrônicos, bolsas ou objetos de valor à vista e perto das janelas;
Toda vez que fechar o carango, confira se as portas tão mesmo travadas e se os vidros tão levantados;
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Procure estacionar o veículo em uma rua movimentada. Fuja dos cantões;
De preferência, pare o possante embaixo de poste e locais iluminados;
Procure instalar sistemas de segurança no veículo, como alarmes e travas eletrônicas;
Mude sempre o local onde para seu carango. O padrão ajuda o bandido a identificar o possante que quer roubar.
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