Uma troca tiros entre policiais militares e bandidos terminou de forma trágica em Porto Belo. Um rapaz morreu com três balaços, após reagir à prisão e mandar bala na PM. A desgraceira rolou na noite de sexta-feira, quando os fardados subiam o morro do Perequê pra conferir uma denúncia de tráfico de drogas. Os milicos tavam em rondas na estrada do Alto Perequê, no bairro de mesmo nome, por volta das 22h, quando deram um atraque em André Ricardo Baschera, 21 anos. O cara, que era procurado pela dona justa, tava premiado com cinco pedras de crack. Antes de ganhar o teje preso, ele confessou que tinha comprado a porcariada de uma casa no alto do morro.
Continua depois da publicidade
Pra não perder viagem, os fardados subiram o enlameado e esburacado morro. No meio do caminho, foram recepcionados com uma saraivada de balas. Segundo a delegada Grace Mary de Almeida Closs, os trastes até usaram refletores pra dificultar a subida da PM.
No meio da chuva de balas, um dos meganhas lascou um balaço na lâmpada e viu um cara correr pra trás de uma casa. O fardado foi atrás e mandou ele entregar a arma. O policial, que não teve o nome revelado, contou à delegada que o suspeito não atendeu ao pedido e entrou num barraco. O policial estourou a porta e o acusado estava com a arma em punho. O policial pediu três vezes para ele largar a arma, conta a dotora. Como ele não largou o trabuco e teria feito menção de atirar, o policial meteu chumbo nele.
Continua depois da publicidade
Os três tiros acertaram o peito e o braço do guri, que morreu no local, segurando um revólver calibre 38. O corpo foi levado pro instituto Médico Legal (IML), do Balneário Camboriú. Na manhã de sábado, a família da vítima esteve no IML e informou que o corpo era de Marlon César Muniz, 29 anos.
A dona da casa onde o rapaz foi morto, Daiane Almeida da Silva, 25, disse pra delegada que não conhecia Marlon. Ela contou que o rapaz apareceu na vizinhança minutos antes e tentou vender uma televisão. Ninguém quis comprar o bagulho e ele simandou.
Alto do morro é perigosão
A delegada Grace, que assumiu o caso, ouviu os meganhas envolvidos na troca de tiros. Ela também enviou o trabuco usado por Marlon pra perícia do instituto Geral de Perícia (IGP), em Floripa. A polícia Civil já verificou que a arma tinha duas munições deflagradas. Ou seja, Marlon teria atirado, pelo menos, duas vezes antes de morrer.
A dotora quer saber agora se o rapaz era só usuário de porcaria ou trampava como soldadinho do tráfico pras bocas do alto do morro. Ela diz que já recebeu várias denúncias contra o ponto de venda de porcaria, mas sempre que tentam dar um atraque, a bandidagem simanda. Eles aproveitam o ponto estratégico no alto do morro para observar a chegada da polícia e fugir antes da abordagem, informa. Além disso, os trastes contariam com a segurança de capangas do crime. A PM não quis se commentar o caso com a reportagem na tarde de ontem.
Itapema
Um gurizão se deu mal na saída de uma balada em Itapema. Ele simeteu numa briga na avenida Nereu Ramos, e acabou com a cabeça estourada. Inconsciente, foi atendido pelos bombeiros e levado pro hospital Santa Inês, onde segue internado. Como não tinha documentos, até a tarde de ontem estava sem identificação. Ele é moreno, alto, magro e aparenta ter uns 25 anos.
Continua depois da publicidade