O cinegrafista Daniel Santos, 25 anos, mora há 10 na via e diz que o perrengue começou no finzinho de 2010. De lá pra cá, os moradores tiveram que investir na segurança das baias porque os furtos tão rolando adoidado. No entanto, a polícia Militar peixeira garante que não tem registro de ocorrências na localidade e desconhece o perrengue.
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A secretaria de Urbanismo comprometeu-se em fazer uma ronda na mansão pra conferir a denúncia.
A reportagem do DIARINHO passou na casa ontem, mas ninguém atendeu. Os novos inquilinos da baiuca abandonada parecem bem à vontade. Com roupas estendidas no varal, um dos quartos tem cortina. Nas noites frias, uma fogueira queima nos fundos do terreno. Com muro baixo e sem trancas, qualquer um tem acesso ao terreno. Daniel procurou o DIARINHO porque não guenta mais chamar a polícia e suplicar pra prefa fazer alguma coisa com esses andarilhos e usuários de drogas que zanzam pela rua.
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O cinegrafista conta que na noite de quarta-feira, 3, cinco casqueiros tavam de bizu em frente à casa dele, por volta das 23h. Logo que viram o cara, simandaram pra baia vermelha, no fim da rua Eurico. Há umas duas semanas entraram na minha casa de madrugada. Eu ouvi o barulho e vi alguém de relance passar. Eu berrei e o cara saiu correndo. Quando a polícia chegou não encontrou ninguém, narra Daniel. Só ele, já acionou os meganhas duas vezes.
O rapaz, que mora com a vó doente e a tia, diz que sempre foi tranquilo morar no beco, mas depois do bafafá dos furtos, todo mundo tá dormindo com medo. Agora eu tô me privando de um monte de coisas. Não posso mais deixar nem roupa estendida no varal. Tenho até medo de deixar a casa sozinha, afirma.
Daniel ainda conta que é comum ver os marmanjos usando drogas. Outro dia eles tavam fumando, acho que pedra, numa latinha de cerveja ao lado da minha casa, denuncia.
Vítima
A dona de casa D.S., 53, é a primeira moradora no condomínio Maria Salete, ao lado casarão, e vive lá há 20 anos. A muié revela que teve seu apartamento, no quarto andar, invadido. Na noite do dia três de julho, não tinha ninguém em casa, quando bandidos quebraram o vidro da janela e levaram dois notebooks e um par de tênis do marido de dona D. A muié registrou um boletim de ocorrência. Ela acredita que os ladrões são os moradores da casa. Segundo ela, são três homens e duas mulheres. Uma delas estaria inclusive grávida.
Certo dia, enquanto estendia roupa, a dona de casa viu um homem sair do terreno usando o tênis do esposo. Eu fico com medo, porque isso nunca aconteceu antes, sempre foi bem tranquilo. A gente não sabe o que mais eles podem fazer desabafou. A dona de casa ainda diz que eles queimam fio de cobre pra conseguir grana.
A reportagem tentou apurar os casos junto à polícia Civil, mas não encontrou ningiém por dentro do caso.
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Prefa diz que vai investigar tudinho
A casa da malocada tá a menos de 100 metros da secretaria de Desenvolvimento Social, próxima da sede de Policiamento do Litoral e da delegacia da Mulher, Criança e Adolescente, mas ninguém sabe de nada. A polícia Militar de Itajaí desconhece as reclamações dos moradores. De acordo com a sargento Alessandra, responsável pela comunicação, desde o dia primeiro de janeiro deste ano não foram registradas ocorrências de perturbação ou furtos na rua Eurico Adam.
A secretaria de Urbanismo, que é responsável por fiscalizar os imóveis particulares da city, também tava por fora do que rola na transversal da rua Brusque. No entanto, o abobrão Paulo Praun prometeu mandar um fiscal na casa pra verificar as denúncias e notificar o proprietário por qualquer irregularidade. Os moradores devem ligar pra gente informando dessas ocorrências. Em até dois dias, no máximo, um fiscal vai até o local pra verificar o problema. A gente notifica e manda arrumar ou até mesmo demolir a construção, garante. O telefone pra denúncias é o (47) 3341-6173.
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Mansão dos craqueiros
Há cerca de uma semana o DIARINHO publicou outra matéria sobre uma casa abandonada na rua 15 de novembro, esquina com a avenida Joca Brandão, área nobre de Itajaí, que também serve de abrigo pra viciados.