Parece estar perto do fim a novela do hospital municipal Ruth Cardoso, do Balneário Camboriú, inaugurado há dois anos, mas que nunca atendeu o povão. Está prevista pra hoje a assinatura do convênio da prefa com a Cruz Vermelha, que terá 60 dias pra abrir as portas da unidade e começar a trampar. Apesar da pendenga, o pronto-socorro só deve ficar pronto em abril do ano que vem. Já o hospital Santa Inês tem tudo pra ser largado de vez pelo município.

A organização social (OS) Cruz Vermelha, do Rio Grande do Sul, ganhou a licitação pra administrar o Ruth. Hoje, eles devem assinar o contrato com a prefeitura e terão dois meses pra treinar os funcionários e abrir as portas. O repasse da administração municipal será de R$ 1,8 milhão (quase três vezes mais do que recebe hoje o Santa Inês), pra que os trampos sejam oferecidos pro povão do Balneário. José Roberto Spósito, secretário de Saúde, acredita até que o hospital passe a funcionar antes do previsto. “Queremos abrir o Ruth em setembro”, enfatizou. Caso a meta não seja cumprida, pode rolar até uma quebra de contrato.

Apesar de toda a expectativa, o Ruth começará a funcionar sem pronto-socorro. O secretário conta que esta semana serão erguidas as paredes do OS, que não foi construído pela organização Mundial da Família (OMS), responsável pela obra do Ruth. A previsão é que o pronto-socorro fique pronto só em abril do ano que vem. Nos primeiros meses de funcionamento, o atendimento exclusivo de urgência e emergência será prestado em outro espaço do hospital, ainda a ser definido.

O Ruth poderá contar ainda com uma ajudinha do governo do estado. Nesta semana, as otoridades da city se reuniram com o deputado Volnei Morastoni (PT) e o secretário estadual de Saúde, Dalmo de Oliveira, que prometeu mandar dindim pra ajudar a manter o novo hospital.

Dalmo garantiu o auxílio, mas não informou valores ou datas. Será marcada uma nova reunião ainda este mês pra definir as cifras. “Por enquanto, a forma do estado ajudar Balneário Camboriú é através dos recursos provenientes do Revigorar 3. Mas precisamos pensar uma solução para 2012”. O Revigorar é um programa do governo barriga-verde que dá um gás na economia do estado.

Santa Inês perto do abandono

Com a abertura do Ruth Cardoso, a prefeitura deverá abandonar o hospital Santa Inês. Hoje, a unidade é mantida somente com os recursos da prefa, que passará a dar prioridade pro hospital novinho em folha. “Sem o repasse de quase R$ 700 mil da prefeitura não vamos poder atender toda a demanda de hoje”, afirma o administrador do Santa Inês, Eroni Forest. Ele acredita que o hospital deixará de ser público ou até poderá fechar as portas.

O secretário de Saúde do estado prometeu também analisar a possibilidade de ajudar o Santa Inês e o deputado Volnei pretende levar o tema pra discussão na leleia.