De segunda-feira até ontem, o volume de água chegou a 70 milímetros em Itajaí, o dobro do previsto, segundo informações da defesa civil. Além disso, o volume que caiu até ontem, de 131mm, supera o previsto pro mês inteiro, que era de 110mm. O volume de água que caiu foi surpreendente, mas estamos em alerta. Mesmo com a diminuição da chuva, é importante as pessoas ficarem atentas, pois o escoamento da água é tão perigoso quanto a própria chuva, explica Everlei Pereira, coordenador da defesa civil peixeira.
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Mas a chuva provocou vários pontos de alagamento na city. Um deles foi a escola estadual Nilton Kucker, no bairro Vila Operária, que precisou suspender as aulas. O motivo: a água escorria pelas paredes e se acumulava no pátio do colégio. Ao todo, 250 pequenos ficaram sem a lição ontem. O cancelamento foi uma medida de precaução, pois existia o risco de as paredes estarem energizadas e não havia espaço no pátio pros pequenos. As aulas na city peixeira também foram canceladas nas escolas Duque de Caxias, Maria do Carmo Vieira e Martinho Gervasi.
Em alerta
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Aflitos e com medo. Assim estavam dezenas de pessoas que moram próximo à caixa dagua, no bairro Canhanduba, em Itajaí. Com a chuva que caiu sem parar, o rio Canhanduba subiu e as águas invadiram algumas casas na região, que fica às margens da BR-101. A dona de casa Julieta Peloni, 29 anos, tem três filhas e estava apavorada com a proximidade da água marrom do quarto das pequenas. Pra ela, que perdeu tudo na enchente de 2008, as lembranças daquela época se tornaram mais vivas ontem. A água tá vindo e nós não podemos fazer nada. Já perdemos tudo da outra vez, agora que estamos nos recuperando, não pode começar tudo de novo, desabafa.
Deslizamentos e ruas alagadas
Na região do Balneário Camboriú a preocupação também foi geral. Uma pedra de pequeno porte rolou do morro da Pedreira, no bairro da Barra, e atingiu uma casa. Os moradores foram orientados a sair pra não acontecer nada mais grave. Eles foram morar com parentes.
O mesmo rolou com a família de Luciano da Silva, 42 anos, que levou um susto daqueles às 6h de ontem. Houve um deslizamento de terra no morro atrás de sua baia, na rua Vaticano, no bairro das Nações. O barulho foi grande. Deu aquele estrondo. Estourou o vidro, lembra. Na hora, tavam quatro pessoas na baia: ele, a muié e os dois filhos. Felizmente, ninguém se feriu.
Não rolaram grandes alagamentos em Balneário, mas em Camboriú a chuva encheu as ruas do distrito Monte Alegre. O trânsito da rua Monte Agulhas Negras tava impedido em metade da via. De lá pra cima, a coisa só piorava. Várias ruas estavam com água até o joelho, como a Monte Pitangeira, Monte Serra Fina, Monte Serra Negra e Monte Cruzeiro, onde os moradores mal conseguiam sair de casa. Felizmente, a chuva diminuiu à tarde e o quadro começou a melhorar, segundo informações da defesa civil de Cambu.
Também havia alertas em Itapema, onde a defesa civil monitorava o nível dos rios e as áreas de morro, e na Penha, onde a água invadiu uma residência no centro da city.
Menos chuva
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O coordenador do laboratório de Climatologia da Univali, Sergey Alex de Araújo, avisa que o tempo deve continuar instável durante a semana, mas hoje o aguaceiro deve ser bem menor. O calor e a umidade devem fazer com que a instabilidade permaneça até domingo. Hoje devemos ter uma chuva bem leve pela manhã e sol à tarde e na quinta-feira, afirma Sergey.
Raio ao anoitecer
Quando parecia que mais nada de errado rolaria ontem, veio um apagão do final do dia. O chefão da Celesc peixeira, Omar Rebello, diz que, a princípio, a Eletrosul deixou de abastecer a subestação do bairro Fazenda. Assim, o centro, a Fazenda, Praia Brava e parte de Balneário Camboriú ficaram às escuras por alguns minutos. De acordo com Omar, existe a possibilidade que um raio tenha atingido uma linha de transmissão que passa pela Itaipava, brecando o fornecimento de energia.