Como já era esperado, os vereadores do Itajaí aprovaram a alteração à lei orgânica que cria mais nove vagas no legislativo da city. Com apenas dois votos contrários, ficou decidido que a câmara peixeira terá 21 cadeiras a partir de 2013 e, de acordo com o que está assinado num Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, passará de 48 assessores pra 63. Apesar de pesquisas apontarem que o povão reprovava a mudança, quem berrou mais alto durante a sessão foi a galera ligada às siglas partidárias que defendem o aumento das vagas. E o plenário tava lotado pra ver de perto o veredicto ontem à noite.
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O presidente em exercício, Níkolas Reis (PT), deixou que o coordenador do Observatório Social de Itajaí (OSI), Jonas Tadeu Nunes representando os contra e o presidente dos brizolistas peixeiros ...
O presidente em exercício, Níkolas Reis (PT), deixou que o coordenador do Observatório Social de Itajaí (OSI), Jonas Tadeu Nunes representando os contra e o presidente dos brizolistas peixeiros, Marcelo Sodré (PDT) falando pelas legendas favoráveis à mudança usassem a tribuna da casa do povo pra justificar o posicionamento. Ao fim do discurso de cada um deles rolou uma guerrinha de vaias e aplausos, como se a votação fosse decidida no grito. Pelo contrário, a decisão dos edis já estava selada muito antes de começar a sessão.
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Dos vereadores, apenas Níkolas e Renato Ribas Pereira (PSDB) se manifestaram no microfone da câmara pra justificar o voto. Mas sem nenhuma novidade. O petista repetiu o mesmo discurso do plá que rolou semana passada na associação empresarial (ACII); já o tucano releu a mesma lorota de quando rolou a primeira votação do projeto no mês passado. Por outro lado, enquanto a galera que tava no legislativo só queria saber do projeto dos 21, Paulo Manoel Vicente (PDT) e Laudelino Lamin (PMDB) não tavam nem aí pra hora do Brasil. Paulinho usou a tribuna pra falar de um projeto pra rapaziada que é dispensada do exército, enquanto Lamin usou o espaço pra defender a importância de colocar nome em rua.
Intrusos na tribuna
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Representando as entidades peixeiras que fizeram campanha pela manutenção das 12 cadeiras, o coordenador do OSI fez um discurso politizado, mas com forte apelo aos edis que defendiam o aumento na câmara. O vereador é eleito pra representar o povo, se vota contra o povo está traindo quem o elegeu. O elo democrático que une a câmara e o povo se chama confiança. Mas esse elo se rompeu, lamentou Jonas, publicamente. Ele disse que a única forma dos parlamentares reconquistarem a confiança da população seria votando contra a elevação das vagas no legislativo. Quem vota contra o povo não é parlamentar, é para lamentar, destilou.
Por outro lado, o líder dos brizolistas disse que toda essa polêmica era, na verdade, a manutenção de uma medida arbitrária, que foi a redução de 21 pra 12. Querer usar o descontentamento da população contra a classe política é uma maldade. Quanto mais diminuímos o parlamento, mais elitizamos ele, justificou Marcelo. Ele ainda selou, em nome dos partidos políticos da city, o compromisso dos edis que forem eleitos pra 2013 de manter os mesmos gastos na câmara que os deste ano. A qualidade não é pelo número de cadeiras. É pelo voto. Que votem melhor na próxima eleição, concluiu o presidente. do PDT.
Placar: 9 x 2
VOTARAM A FAVOR
- Antônio Aldo da Silva Tonho da Grade (PP)
- Douglas Cristino da Silva (DEM)
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- Marcelo Werner (PCdoB)
- Maurílio Moraes (PDT)
- Níkolas Reis (PT)
- Paulo Manoel Vicente Paulinho Amândio (PDT)
- Renato Ribas Pereira (PSDB)
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- Susi Bellini (PP)
- Vanderley Dalmolin (PP)
VOTARAM CONTRA
- Laudelino Lamin (PMDB)
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- Elói Camilo da Costa (PMDB)
Os vereadores que aumentaram pra 21 são os que diminuiram pra 12
Afinal, por que os parlamentares peixeiros mudaram de opinião em dois anos? No dia 19 de maio de 2009 os mesmos edis que levantaram a importância das 21 vagas pra aumentar a representatividade do povo, foram os que sijuntaram e aprovaram a alteração na lei orgânica de 21 pra 12 cadeiras. Apenas os suplentes Antônio Aldo da Silva (PP) e Vanderley Dalmolin (PP) não faziam parte do grupo que aprovou a redução por unanimidade.
Na época, a câmara estava com 12 vereadores cumprindo o que havia sido determinado pela dona justa. No entanto, estava pra ser aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que iria permitir o restabelecimento das vagas. Logo, o legislativo do Itajaí voltaria, automaticamente, a ter 21 cadeiras. Porém, como não sabiam se a decisão valeria só pra próxima legislatura, os edis peixeiros resolveram mudar a lei orgânica pra garantir que a justa não desse posse aos nove suplentes que teriam direito caso a PEC tivesse validade imediata.