A polícia investiga a morte do chefe de cozinha João Júlio da Silva, 40 anos, que partiu pra terra de pés juntos intoxicado por veneno de rato num quartinho do hotel Silva, que fica na rua David Adão Schimidt, na Nova Brasília, bairro Barra do Rio em Itajaí. A morte rolou na terça-feira e tudo indica que tenha sido suicídio.
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João Júlio tava no hotel há pouco mais de uma semana. A dona da hospedaria, que se identificou apenas como Flávia, viu a agonia do chefe de cozinha momentos antes da morte é a principal testemunha ...
João Júlio tava no hotel há pouco mais de uma semana. A dona da hospedaria, que se identificou apenas como Flávia, viu a agonia do chefe de cozinha momentos antes da morte é a principal testemunha da polícia.
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Flávia contou ao DIARINHO que os dois conversavam normalmente e o hóspede lhe falava sobre a intenção de alugar definitivamente um quarto para ficar morando no hotel. Cinco minutos depois do bate-papo, a empresária virou as costas e caminhava em direção à recepção quando ouviu um barulho estranho. Poderia ser alguém na recepção pedindo atendimento. Depois eu percebi que ele [João Júlio] se contorcia e dava socos na parede, disse. Quando entrei no quarto, ele caiu na cama. Pensamos que estava tendo um infarto ou algo assim, completou.
A dona do hotel e sua mãe tentaram ajudar João, que tremia feito vara verde em cima da cama e espumava pela boca. Como não conseguiram colocá-lo num carro, ligaram pro Samu. Levaram muito tempo para chegar. Mas ele ainda estava vivo quando a ambulância veio recolhê-lo, lembra Flávia.
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O chefe de cozinha deu entrada no pronto-Atendimento do São Vicente às 17h40. A enfermeira Maria Helena Toth, chefe do PA, conta que já não havia muita coisa a fazer pelo cozinheiro. O coitado morreu às 17h50. Ele deu entrada com parada cardíaca. A equipe médica tentou reanimá-lo de todas as formas possíveis. Como ele havia tomado o veneno muito tempo antes da reanimação, nem a lavagem [do estômago] adiantou, explicou.
Sobre a cama do quartinho de João Júlio, a dona do hotel encontrou um pote com substâncias que acredita ser veneno de rato. Lá ainda estavam o celular do cara e um pedaço de papel com um bilhete escrito à caneta.
Ligue pro CVV
Se você tá maus ou tá vendo que alguém conhecido tá pra baixo, não pense duas vezes e ligue pros voluntários do centro de Valorização da Visa (CVV). Em Itajaí, eles atendem pelo telefone 3349-4111. Também dá pra marcar uma conversa no téti-a-téti.
Anunciou a morte
Flávia revelou que no bilhete João Júlio se despedia da mulher e dos dois filhos pequenos: uma menina de 12 anos e um pequerrucho de quatro. Ele pedia perdão aos filhos e à esposa. Disse que não queria mais viver, contou. A carta terminava assim: Até um dia no além.
Uma série de mensagens no celular de João Júlio também deixava claro que o homem tinha intenções de simatar e tentou ser impedido pela ex-mulher, Fabiane Obelzine, 31. Flávia deu um bizu no aparelhinho e percebeu que o casal trocou mensagens no início da semana. Tinha um monte de torpedos, os da ex-mulher dizendo não faça isso, e os dele insistindo que não queria mais viver, revela a empresária.
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O bilhete foi entregue aos tiras da 2ª depê. João Júlio era de São Paulo e, conforme Flávia, tava casado com Fabiane há 12 anos. Há cerca de uma semana, o casal se separou porque o cara teria aprontado uma boa pra coitada.