Quando o mar se revolta e as ondas crescem, os prejuízos causados pela ressaca se espalham por todos os setores da cadeia portuária em Itajaí e Navegantes. O perrengue rola porque nestas condições geralmente é suspensa a entrada e saída de navios do rio Itajaí-açu, como ocorre desde terça-feira. O trabalho nos portos fica capenga e armadores, trabalhadores dos terminais e os próprios portos amargam prejuízos financeiros e logísticos.
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O superintendente do complexo portuário do Itajaí-açu, Antonio Ayres dos Santos Junior, diz que todos no setor perdem com o canal da barra fechado. Pra ele, com os navios deixando de faturar e o ...
O superintendente do complexo portuário do Itajaí-açu, Antonio Ayres dos Santos Junior, diz que todos no setor perdem com o canal da barra fechado. Pra ele, com os navios deixando de faturar e o terminal sem operar, as consequências respingam em todos. O problema afeta toda a cadeia. Desde os caminhoneiros, que muitas vezes precisam ficar dias parados, até a mão-de-obra, que perde a carga e o serviço, observa.
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Ayres lembra que cada navio que não entra deixa de pagar a chamada tabela um, que é a taxa de uso do canal. O valor diário é, em média, R$ 16 mil por navio. Não é um valor baixo, e dependendo do navio essa taxa pode dobrar. Então, isso compromete todo o trabalho no porto, conta, dizendo que, mesmo diante dos problemas, isso faz parte da atividade portuária.
O presidente do sindicato das Agências Marítimas (Sindasc) de Santa Catarina, Eclésio da Silva, afirma que a barra fechada também dói no bolso dos armadores, pois estes perdem em média R$ 32 mil por dia pra cada navio parado. Não são apenas os armadores que sofrem, mas sim todos que trabalham no setor. Mas, com a natureza, não tem nada que possamos fazer, conforma-se.
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A barra do rio Itajaí-açu chegou a ser liberada no início da manhã de ontem, mas ao meio-dia teve que ser fechada de novo, por causa do mau tempo. O gerente da praticagem de Itajaí, Daniel Poffo, acredita que os armadores são os maiores prejudicados, mas lembra que esse fenômeno acontece em todos os terminais portuários do mundo. Existe uma solução: aguardar a natureza se acalmar, comenta.
Segundo Daniel, ontem seis navios aguardavam a vez pra entrar na barra, enquanto do lado de dentro não tinha nenhum. Amanhã [hoje], às sete horas, faremos uma nova averiguação pra liberar o canal, avisa.
Mais ondas grandes
De acordo a Epagri Ciran, que monitora as condições climáticas na Santa & Bela, as ondas hoje na região devem ficar na média de dois ou 2,5 metros, com picos de 3,5 metros, mas diminuindo no decorrer do dia.
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