A volta pra casa dos instaladores de piscinas Ademir Quirant, Marcos Vinícius dos Santos e Rodrigo Orivaldo dos Santos não poderia ter sido pior. No último sábado, 27, perto das cinco da tarde, após um exaustivo dia de trampo, Ademir teve o carro invadido por dois fugitivos do centro de Internação Provisória (CIP), na rua Lino do Amaral, bairro Cidade Nova, em Itajaí. A polícia Militar logo apareceu e, afirma Ademir, desceu o cacete no trabalhador. A PM diz que não tem registro do ocorrido.
Continua depois da publicidade
Ademir mora em Ilhota e deu carona pros dois colegas até o Promorar. Ao deixar Marcos em casa, o outro passageiro, Rodrigo, seguiu o caminho diapé, quando foi abordado por dois pivetes, que, segundo ...
Ademir mora em Ilhota e deu carona pros dois colegas até o Promorar. Ao deixar Marcos em casa, o outro passageiro, Rodrigo, seguiu o caminho diapé, quando foi abordado por dois pivetes, que, segundo o Ademir, eram foragidos do CIP. O colega motorizado suspeitou da cena e se diminuiu a marcha. Os guris pularam no carro e pediram ajuda pra fugir. Tio, tira a gente daqui, relembra Ademir. Nessa hora, Rodrigo já tinha se mandado e o outro colega, Marcos, apareceu em cena.
Continua depois da publicidade
Tudo aconteceu muito rápido. Não demorou muito pra PM aparecer em peso. Aproximadamente 10 viaturas tomaram a rua, lembra Ademir. Ele conta que todos os puliças se comportaram como plateia enquanto um PM, num canto, dava o show. Ele mandou eu desligar o carro e me deitar no chão. A gente não reagiu e obedeceu, conta Ademir, que foi algemado, bem como Marcos e os guris do CIP.
A primeira atitude foi disparar um tiro no chão. Depois, Ademir levou um chute na costela, seguido de outro no braço. Pra completar a desgraceira, o PM esmagou a cara de Ademir contra o chão. O resultado foi o rosto desfigurado. Marcos tomou spray de pimenta no meio do rostos.
Continua depois da publicidade
A covardia só não teve um fim trágico porque um PM, que mora no Promorar e conhece os caras, surgiu do nada e defendeu as vítimas. Eles não souberam informar o nome de nenhum dos milicos.
A minha indignação é que não tinha necessidade da agressão. Eles poderiam ter feito o procedimento normal, que é pedir os documentos e encaminhar pra delegacia. Mas eles não deram chance de defesa, desabafa Ademir. O colega de trampo, Marcos, completa a fala dizendo que os policiais não estão preparados pra exercer a função. Esse policial não merece a farda que usa, lasca.
As vítimas não fizeram exame de corpo de delito nem registraram boletim de ocorrência por medo de perseguições futuras. Por isso, afirma o tenente Ramos, do 1º Batalhão, o comando dos meganhas não tem conhecimento oficial da situação. Se aconteceu, a PM não foi informada desse denúncia. Os envolvidos têm que procurar a corregedoria pra apuração dos fatos, conclui.
A fuga do CIP
Quatro fedelhos fugiram do centro de Internação Provisória (CIP) de Itajaí no final da tarde de sábado. O quarteto rendeu um funcionário e conseguiu siscafeder do local. Dois deles foram recapturados minutos depois, quando tentavam surrupiar o carro do Ademir.
Os outros dois dimenores, um da capital da Santa & Bela e outro de Balneário Camboriú, ainda não foram encontrados.
Continua depois da publicidade