O pintor autônomo Tarcílio Roberto Mueller, 47 anos, morador da rua 1600, centro de Navega, garante que tá rolando de tudo num posto salva-vidas da praia central. Segundo ele, os vilões são malacos da city, viciados na pedra do demo. Os casqueiros tomaram conta do ambiente. Tarcílio lasca que eles não se limitam ao posto, mas também à praia, onde siscondem sob o chiquetoso calçadão pra usar drogas. Mesmo com a gravidade das denúncias, a polícia Militar dengo-dengo diz que não sabe de nada.
A prefa acredita que, colocando placas proibindo o acesso aos postos dos vermelhinhos do mar, vai acabar com a farra dos viciados.
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A prefa acredita que, colocando placas proibindo o acesso aos postos dos vermelhinhos do mar, vai acabar com a farra dos viciados.
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Roupas íntimas, restos de comidas e lixo completam o cenário natural da praia de Navega. O que era pra evitar que moradores e turistas destruíssem a restinga tornou-se um problema social.
Seu Tarcílio diz que o local tá parecendo um lixão e que já procurou a prefa, mas nada foi feito. O homem disse que já foi ameaçado pelos casqueiros hospedados na orla e chamou a polícia, mas ninguém apareceu. Drogados e andarilhos estão morando e amedrontando a população, agora não podemos mais apreciar a praia, conta.
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O pintor ressalta que ele e outros moradores da localidade querem apenas que a PM faça rondas com mais frequência e que a prefa bizolhe o patrimônio.
A gente sabe que eles passam de viatura, mas deveriam parar e dar umas voltas a pé pelo local, pra intimidar essas pessoas, sugere.
Tarcílio ainda diz que, do jeito que tá, o calçadão de madeira foi a pior coisa já feita em Navega. A gente sabe que é tudo muito bonito, mas só seria bom se tivesse um acompanhamento. Como vai ser isso na temporada?, questiona.
Falta efetivo
Em toda a praia a gente sabe que tem usuários de drogas. Isso já acontecia nas casas de alvenaria [antigas estruturas usadas pelos bombeiros]. A extensão da faixa de areia é muito grande, nós não temos como estar em todos os pontos em todo o tempo, justifica o tenente Caetano, responsável pela comunicação. Apesar disso, o tenente garante que não recebeu nenhuma denúncia sobre os casqueiros. Se a PM é chamada, certamente responde ao chamado. Constatando também o cheiro da droga, nós vamos atrás. O milico diz que não é possível fazer as rondas diapé, conforme o sugerido, pois faltam policiais.
Comandante reclama da prefa
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O sargento do corpo de Bombeiros Militares dengo-dengosos, Wancarlos Corsani, revela que, nos postos de alvenaria, as portas e janelas foram bloqueadas. Mesmo assim, os noiados deram um jeito de arrebentar com tudo. E esses de madeiras que a prefeitura tá construindo em toda a orla são postos abertos. Infelizmente, não temos como fiscalizar 24h pra ver o fluxo de pessoas no local, lamenta.
O sargento ainda garante que os bombeiros não foram consultados sobre a construção desses postos de madeira. A prefeitura não nos consultou pra saber qual era o padrão. Eles simplesmente começaram a executar sem nenhuma orientação, lasca.
Os postos ainda não foram oficialmente entregues à corporação. Nós não sabemos nem do processo nem se na hora da entrega irão colocar portas ou janelas, afirma. A temporada dos vermelhinhos começa só em outubro e, até lá, os postinhos seguem a ver navios.
Abobrão diz que prefa vai instalar janelas, portas e placas pra conter ação de viciados
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Paulo Mafra, superintendente da fundação do Meio Ambiente navegantina (Fuman), diz que tem conhecimento das ocorrências e garante que a cabine usada com frequência pelos drogadinhos receberá porta e janela, assim como as demais. Esse é um lugar fácil de fugir do policiamento. Eles [viciados] se abrigam na vegetação de restinga. Essa reclamação já chegou até nós e isso está constrangendo o pessoal de bem, lamenta.
O abobrão aposta na colocação de placas indicando área de ocupação exclusiva da PM e dos bombeiros pra cessarem as invasões. Eu acredito que dessa forma o cidadão se sinta fortalecido em chamar a atenção de quem descumprir a norma, comenta.
Mafra diz que os bombeiros ainda não foram contatados, pois as obras foram feitas somente onde o Ministério Público determinou a recuperação da área degradada. Nós tivemos a obrigação de colocar essas passarelas. Para a colocação das outras, com certeza, vamos consultar os bombeiros, afirma o superintendente. Ao todo, o projeto contemplará 51 passarelas.