Das 57.753 casas de Itajaí, apenas 2433 estão na área rural da cidade. Isso exemplifica onde fica o problema da habitação em terras peixeiras, pois a maior parte das pessoas mora numa pequena parcela do município, sobrecarregando certos lugares urbanos. A diretora de planejamento habitacional da pasta da Habitação, Denise Reig, explica que o crescimento da cidade contribui pra essa distribuição desigual. “O trabalho, a renda, tudo está nas áreas mais próximas ao centro. Isso faz com que muitas pessoas venham para o entorno destes lugares, o que acaba aumentando o problema da habitação”, observa.

Talvez isso explique o fato de Itajaí ter apenas 38,98% das residências com rede geral de esgoto, enquanto 50,07% das baias se utilizam da fossa séptica, que é uma maneira simples e barata de tratar o esgoto doméstico, principalmente em casas isoladas ou que ficam em áreas irregulares. “Muitos dos assentamentos irregulares ainda podem ser regularizados. E o plano pretende regularizar muitas dessas áreas, trazendo para essas pessoas condições melhores no dia-a-dia”, afirma Denise.

A ocupação desenfreada também traz perrengues pro consumo de energia. Na city peixeira, 2511 famílias, ou 10.044 pessoas, não possuem em suas casas o medidor do consumo de energia da Celesc. Já em 7551 baias existe o compartilhamento dos medidores por mais de uma família. Pra alguns, os problemas são ainda piores: 142 casas não possuem banheiro e 418 não têm banheiro exclusivo pros moradores de uma residência apenas.