Uma brincadeira de mau gosto por pouco não acaba em tragédia na escola Maria Terezinha Garcia, no bairro Monte Alegre, em Camboriú. Um bola de sinuca, usada como matéria-prima de uma bomba caseira, ao invés de se espatifar ao ser jogada no pátio do colégio, quicou, entrou pela janela de uma sala de aula e foi atingir a nuca de um menino de 16 anos. Felizmente a bola já tinha perdido força quando acertou o garoto.
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A bomba caseira foi jogada de fora do colégio e por cima do muro às 9h30 da manhã. A bola de sinuca número 14 estava envolvida em pólvora. A intenção dos vândalos era que ela estilhaçasse assim ...
A bomba caseira foi jogada de fora do colégio e por cima do muro às 9h30 da manhã. A bola de sinuca número 14 estava envolvida em pólvora. A intenção dos vândalos era que ela estilhaçasse assim que batesse no piso de concreto do pátio e as faíscas produzissem a explosão. Mas ela não estraçalhou. Ao invés disso, quicou com a porrada, atravessou a janela e bateu na nuca do estudante V. S., que estuda no segundo ano do ensino médio. O rapaz foi socorrido por professores e funcionários, mas não sofreu nada grave. Apenas ficou com a nuca vermelhona.
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No momento da explosão, os alunos se apavoraram. Todo mundo se impressionou porque era uma bola de sinuca. Achamos uma brincadeira de mau gosto, diz a orientadora educacional Aracíntia Sarda, a Cíntia. Uma galera correu pra fora da escola pra ver quem tinha feito a maldade, mas não achou nem rastro de suspeito.
Cíntia conta que V. estava tão bem depois do atentado que até assistiu a aula até o fim, de buena, na sala.
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A polícia Militar vasculhou as proximidades da escola e não encontrou nenhum suspeito. Até ontem à tarde, a bola estava no quartel da PM. Ela será entregue para a polícia Civil e depois passará por uma perícia pra se descobrir como foi feita a bomba caseira.
A direção do colégio registrou o atentado ontem à tarde na depê do Monte Alegre. Os tiras da Civil vão ouvir agora funcionários da escola, alunos e até quem passava pela rua Monte Bandeira no momento do crime, pra tentar identificar um possível suspeito.
Vandalismo é frequente
A orientadora conta que volta e meia algum desocupado passa fora da escola e atira porcaria no pátio. Geralmente são pedras, pequenos rojões e bombinhas que apenas provocam estralos. Até ontem, nenhum dos vandalismos havia feito qualquer vítima. A direção, afirma Cíntia, costuma chamar a PM. Mas eles fogem por um terreno baldio que tem atrás, diz a orientadora.
A escola é cercada com grades, tem muro alto e as entradas e saídas são controladas por funcionários. Além disso, o interior do colégio é monitorado 24 horas por câmeras de vídeo. Agora, diz Cíntia, direção, pais e professores farão reuniões pra bolar novas medidas de segurança pra escola. Não temos condições de pagar por conta própria, mas vamos pedir mais uma vez pra gerência regional, desabafou.
O que dizem as otoridades
Clenira Schmitz, chefona da gerência Regional de Educação (Gered), garante que as direções de escolas procuram oferecer uma boa segurança pra alunada, mas admite que é difícil conter a ação dos vândalos. Não temos como deixar policiamento o tempo todo. Está vindo do céu. Só se botarmos a escola numa redoma de vidro, descascou. A chefona da Gered não nega que o caso seja grave, mas não acredita que um vigilante o tempo todo na escola poderá resolver o problema.
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Pro major Jefferson Schmidt, comandante da PM de Camboriú, o ataque foi um ato de vandalismo isolado. O oficial garante que policiais passam pela escola todo santo dia, mas argumenta que não podem ficar o tempo todo por lá. Vamos ficar atentos, acompanhar a situação, ver como ela vai evoluir e acreditamos que o vândalo tenha sossegado agora pela repercussão que deu, concluiu.