Itajaí

Um estudante com vontade de ajudar

Pedro Pinheiro Barbosa, 23 anos, nasceu em Brasília. Há três anos, ele deixou o Distrito Federal e veio morar em Balneário Camboriú, para estudar Medicina na Univali. Escolheu a profissão porque tinha interesse nas áreas biológicas e buscava entender o máximo das coisas. Só que basta conversar com ele por mais de 10 minutos,para notar que a escolha vai além dessas razões.

Na quinta-feira, dia 8, ao saber do risco de enchente em Itajaí, começou a se preparar para ajudar. Comprou água e alguns alimentos. Anunciou em sua página da rede social Facebook que gostaria de ...

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Na quinta-feira, dia 8, ao saber do risco de enchente em Itajaí, começou a se preparar para ajudar. Comprou água e alguns alimentos. Anunciou em sua página da rede social Facebook que gostaria de saber onde poderia ser voluntário. Logo veio a informação: abrigo da paróquia de São Cristóvão, no bairro Cordeiros. O abrigo foi primeiro a lotar, com 700 pessoas, vindas, a maioria, da Murta e do Jardim Esperança, o Brejo, as duas localidades mais baixas do bairro. Procurou o endereço na internet e sozinho, em seu carro, chegou até o local na quinta-feira à noite.

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Passou a primeira madrugada ajudando a servir café e a preparar a primeira refeição da sexta-feira. Ficou no local até domingo e só foi para casa buscar a bateria do celular e alguns pertences pessoais. Se dedicou, na opinião de outros voluntários anônimos que ali trabalharam, intensamente a ajudar o próximo.

A primeira experiência de Pedro como voluntário de uma catástrofe natural deixará marcas. O estudante lembra das pessoas chegando de várias maneiras no abrigo. “O maior fluxo de pessoas foi nos primeiros dias e à noite. Eles chegavam pedindo cobertor e colchão”, relembra. As marcas positivas vieram da organização do abrigo, que, graças a um sistema de filas, não deixou faltar comida e facilitou a distribuição de donativos.

As negativas vieram da constatação do egoísmo humano. “Eu fiquei meio chateado com pessoas adultas que pareciam que queriam pegar colchão e cobertor, quando já tinham, sendo que tinha gente precisando”, conta.

O estudante entende que numa situação de desespero é isso que acontece, mesmo assim lamenta a falta de espírito coletivo. “Tinha uma criança dormindo só em cima de um lençol e estava com bronquite. Você vê gente pedindo coisas quando poderia dar uma volta e ver que tinha quem precisasse mais do que ela, isso me deixou meio chateado”, revela.

A criança, segundo Pedro, foi retirada do chão assim que o primeiro caminhão com donativos foi trazido pelo Exército. “Aí conseguiram controlar um pouco mais a situação, ainda tinha gente pedindo, mas dava pra controlar”, comenta, falando que nos últimos dias estava tudo mais tranquilo, graças as doações que chegaram. “Os piores dias foram os primeiros, que tem muita gente e aí faltavam coisas. Comida não faltou hora nenhuma. Na minha opinião, eu tava achando a comida melhor que a da faculdade”, compara.

Um dos momentos mais difíceis vivido pelo estudante era negar donativos a quem pedia. “É uma coisa muito ruim ter que negar algumas coisas. Quando chegavam mantimentos, as pessoas pediam muito, mas tinha que priorizar, controlar. Essa priorização, que fazia mais do que sentido, era uma coisa triste de fazer. Ter que negar algo para alguém”, lamenta. O estudante lembra que até as fraldas, que eram dadas pras mães com bebês, eram racionadas. “Não podíamos dar um pacote, tinha que dar no máximo quatro fraldas por mãe. Era bastante complicado”, comenta.

Mesmo estando no sétimo período de Medicina, Pedro não se sentiu à vontade para atuar em sua área profissional. O mais próximo que chegou da medicina foi notar a desidratação de um senhor que estava com diarreia e providenciar um soro caseiro. Nos dias que atuou no abrigo, deixou o jaleco de lado e ajudou da melhor maneira que um ser humano pode ajudar: de coração aberto ao outro.

LIÇÃO DA CHEIA

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“O fato das pessoas, por qualquer que seja a razão, quererem pegar mais coisas, quando já tinham, e deixar outras sem. Gostaria que as pessoas conseguissem evoluir para dar prioridade aos que mais necessitam. Que a gente tivesse a capacidade de olhar em volta, para as pessoas, e trabalhar junto, ao invés de tentar pegar as coisas só para a gente. Todo mundo tem problemas, mas trabalhando junto, como foi mostrado pelo pessoal da coordenação, dá para conseguir resultados muitos bons”

IMAGEM DA ENCHENTE

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“Uma criança dormindo só em cima de um lençol , e que estava com bronquite. Você vê gente pedindo coisas quando poderia dar uma volta e ver que tinha quem precisasse mais do que ela”



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