Lama, árvores, terra vermelha e enormes pedras no meio da paisagem de um cartão-postal de Itajaí. O cenário, à primeira vista, choca e assusta quem passa pela rua Francisco Evaristo Canziani, no caminho de acesso a algumas praias da cidade. Mas o que tá rolando por lá, no parque da Atalaia, ao lado do centro de Educação Ambiental (CEA) da Famai, é um trabalho que visa recuperar a encosta e livrá-la dos riscos de desmoronamentos, que ocorreram por duas vezes apenas no mês de agosto.
A recuperação do parque, que começou há 20 dias, é um projeto da fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) e deve se estender por até quatro meses. Ao todo, vão ser investidos R$ 446.029,64 na ...
A recuperação do parque, que começou há 20 dias, é um projeto da fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) e deve se estender por até quatro meses. Ao todo, vão ser investidos R$ 446.029,64 na obra, grana que virá dos R$ 522.962,52 aprovados pela câmara técnica da fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) e repassados pela empresa PB Empreendimentos Imobiliários, responsável pelo complexo Habitacional Canto da Brava, à Famai. Foi uma compensação ambiental do EIA/Rima [estudo de Impacto Ambiental] da obra que a empresa fez. Eles repassaram 0,5% do valor gasto, informa Evandro Baron, assessor de imprensa da Fatma.
O gerente de análise de projetos da Famai, Rodrigo Gaspar, diz que o trabalho no morro é essencial, pois a área representava risco pra todos que passavam por ali. É urgente o trabalho no morro. Todos os dias, 50 crianças frequentavam o CEA, fora os funcionários. Além disso, tem os pedestres e carros, aponta. Ao todo, 3,5 mil caminhões vão sair carregados de terra da morraria. O material tá sendo levado pro aterro da empresa Azimut, que constrói iates chiquetosos.
Emergencial
O trabalho na encosta foi precedido por três laudos técnicos emitidos por geólogos da defesa Civil peixeira. O coordenador técnico da Famai, Lair Oliveira, conta que não foi necessário emitir licença ambiental pra obra, pois a encosta já estava em situação de risco, o que permite à fundação realizar o trampo em caráter emergencial. A obra em si não precisa de licença. Mas pra supressão de vegetação é preciso autorização, que foi concedida pela Fatma, explica.
Lair cita o deslizamento no morro da Atalaia, ao lado do CEA, em janeiro deste ano, como o momento em que a Famai percebeu a urgência na recuperação do local. Apesar de a paisagem estar diferente na morraria da Atalaia, isso tudo, diz o bagrão, é necessário pro futuro da encosta e do parque. Essa obra não é paliativa, mas sim definitiva, define.
Segundo Lair, o trabalho de erosão é lento e contínuo, pois a terra sempre vai mexer. A gente tem é que tentar conter isso, comenta, dizendo que um engenheiro civil e um biólogo da prefa, além de Gaspar, se reúnem com ele, Lair, a cada 15 dias, pra enviar relatórios detalhados pra Fatma sobre o trampo.