Os índios que aparecem pelo Balneário Camboriú na temporada de verão terão um local fixo. A prefeitura escolheu um espaço na praça da Bíblia, na avenida da Lagoa, pertinho do Atlântico Shopping, pra turma ficar. A proposta foi apresentada em reunião com o cacique da tribo caingangue, pra evitar muvuca de polícia e confusão, já que por lei municipal não é permitido vender badulaques pelas calçadas da cidade.
Há mais de 20 anos os índios aparecem pelo Balneário durante a temporada pra comercializar cestos, colares e outros produtos artesanais. A maioria fica pelas calçadas da área central, onde espalha ...
Há mais de 20 anos os índios aparecem pelo Balneário durante a temporada pra comercializar cestos, colares e outros produtos artesanais. A maioria fica pelas calçadas da área central, onde espalha os artesanatos. O problema é que, por lei municipal, este tipo de comércio é ilegal e todo ano é a mesma confusão: os índios chegam a city, não obedecem a determinação dos fiscais da prefa e a polícia acaba sendo chamada pra dar fim no perrengue, causando o maior rebuliço.
Pra evitar nova confusão este ano, o secretário da Fazenda Fábio Flor fez uma reunião com o cacique Jadir Jacinto, representante da tribo caingangue de Iraí, no Rio Grande do Sul. Depois de explicar a situação, o líder da tribo topou que os índios fiquem num espaço que será erguido na praça da Bíblia. Como é área central, terão contato com os turistas e ao mesmo tempo não estarão batendo de frente com a lei. Vamos recebê-los de forma digna e respeitosa, garante o abobrão.
No local será oferecida energia e água. Fábio ainda pediu que as mu-lheres não tragam as crianças, pra evitar que os pequerruchos tenham contato com o chão sujo, poluição e bagunça das ruas. Queremos que a população veja um índio forte, que tem história na terra e não um índio mendigado, com criança de colo e jogado na avenida. Os índios estão liberados pra vender produtos artesanais. Caso sejam flagrados comercializando badulaques de loja de R$ 1,99, por exemplo, terão o material recolhido.
Por lei federal, o índio tem maior proteção que o cidadão comum. Em caso de serem flagrados fazendo coisa errada nas calçadas e ruas da city, é necessário chamar um representante da fundação Nacional do Índio (Funai) e a polícia Militar, entre outros órgãos, pra que eles saiam do local.
E o acampamento?
Ainda é negociado o local onde ficará o acampamento da tribo. Acredita-se que será usado o terreno ao lado da Santur, como rolou no ano passado. Por lá deve ser colocado até um cartaz informando ao povão que é um acampamento indígena. A administração municipal tenta também contato com outras tribos que estejam interessadas em aportar no Balneário durante a temporada.