O negócio tá sendo fechado entre cartolas do clube Náutico Marcílio Dias, de Itajaí. Mas não tem nada a ver com a venda de passe de jogadores, luvas ou novas contratações para o time itajaiense. O empresário Euzébio Pereira Neto, o Caloca, tá passando pra frente a indústria de alimentos Cometa, dona da tradicional marca Café Cometa. O negócio, revelou o empresário, tá praticamente fechado. Na segunda-feira, 3 de outubro, afirmou Caloca, assumem o comando da indústria o dentista Abelardo Lunardelli e o administrador de empresas Wagner Lúcio de Souza, que já foi secretário de Turismo da prefa de Itajaí e chefe de gabinete quando o tucano Leonel Pavan foi senador da República e vice-governador da Santa & Bela.
Wagner Lúcio confirmou ao DIARINHO a compra da empresa. O valor do negócio não foi divulgado, mas ele deixou escapar que a forma de pagamento ainda está sendo negociada. O café Cometa, garantiu, ...
Wagner Lúcio confirmou ao DIARINHO a compra da empresa. O valor do negócio não foi divulgado, mas ele deixou escapar que a forma de pagamento ainda está sendo negociada. O café Cometa, garantiu, continuará sendo produzido. A marca vem desde 1960 e queremos manter essa tradição e a qualidade do café e, se possível, melhorar ainda mais, discursou.
A indústria processa hoje cerca de 50 toneladas de café por mês. Trabalha quase exclusivamente na moagem e distribuição do pó do pretinho básico. Sua área de atuação é o vale do rio Itajaí-açu, até Rio do Sul, e o litoral, de Floripa a Joinville. Mais de 70% das suas vendas vão pro setor supermercadista. Tem clientes como o Xande, o Mini Preço e o Archer. Mas também fornece café diretamente para redes de hotéis.
A sede, tanto da administração quanto da fábrica, fica na rua Leodegário Pedro da Silva, área industrial do Imaruí, no bairro Barra do Rio, em Itajaí.
Como vai ficar a direção da empresa
Caloca e a irmã Daíze, a Léca, que até sexta-feira ainda tocam o Café Cometa, não pretendem ficar mais na empresa. Tenho um negócio no ramo de imóveis e pretendo me dedicar a ele, contou Caloca ao DIARINHO, referindo-se à sua administradora de imóveis. Wagner disse que Caloca passa por problemas de saúde e por isso estaria se afastando da empresa que comprou há quase 30 anos.
Seria Wagner, que é dono de uma representação comercial e vende produtos da indústria de pescados Gomes da Costa, quem ficará à frente da nova direção da café Cometa. Abelardo continuará atendendo em seu consultório de dentista.
O três, além de amigos pessoais, são os mais conhecidos cartolas do futebol peixeiro. Atualmente, Abelardo é presidente do Marcílio Dias e Wagner diretor de futebol do clube. Caloca, que também já presidiu o Marinheiro, tá voltando pra direção do Marcílio num cargo que seria criado pela atual gestão e que se chamaria administrador geral.
Como nasceu o café Cometa
A fábrica da Cometa começou em 1960. O empresário Pedro Bernardes, que já atuava no ramo do comércio de grãos de café, abriu a indústria que, além de torrefação do grão do pretinho básico, ainda produzia bala de banana.
Em 1976, quando o café já era o principal produto da empresa, ela assumiu o nome atual, indústrias Alimentícias Cometa Ltda.
A família Pereira comprou a empresa em 1983. Caloca e as irmãs Léca e Sandra compraram toda a indústria e passaram a se dedicar quase que exclusivamente à moagem e produção do café em pó. Em meados de 1990, a marca café Cometa conseguiu o selo da associação Brasileira da Indústria da Café (Abic), uma certificação que atesta a qualidade e a pureza do produto. Atualmente, apenas Leca e Caloca continuam na Cometa.
Corte de cabeças
Quando começou a negociação pra venda da empresa, informou Caloca, a café Cometa tinha 27 funcionários. Mas a tendência é que rolem cortes de cabeça por lá com a nova administração. Ainda estamos avaliando isso, conversando com os funcionários, disse Wagner. Mas já não tem mais esse número de funcionários que o Caloca falou, completou, não descartando a redução do número de trabalhadores, numa possível reformulação administrativa.