A foto que você tá vendo ao lado não é de uma loja de celulares nem de uma oficina técnica. É da mesa de José Luiz Santos de Araújo, o Carioca, diretor do cadeião do Matadouro, em Itajaí. Até ele se espantou com a quantidade de telefones que encontrou ontem em poder dos presos durante um pente-fino. Foram nada menos que 60 aparelhos. Drogas e armas brancas também foram encontradas por lá.
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O pente-fino começou às 8h da matina e só terminou lá pela meia hora da tarde. Fiz uma geral na cadeia toda, disse Carioca ao DIARINHO. E que geral. Além dos 60 aparelhos, os agentes do departamento ...
O pente-fino começou às 8h da matina e só terminou lá pela meia hora da tarde. Fiz uma geral na cadeia toda, disse Carioca ao DIARINHO. E que geral. Além dos 60 aparelhos, os agentes do departamento de Administração Prisional (Deap), com a ajuda da PM, pegaram ainda com a bandidagem que passa férias naquele cadeião 49 trouxinhas de maconha e algo perto de uns 10 gramas de cocaína, além de cachimbos pra fumar crack.
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Estoques, que são facas ou furadores feitos artesanalmente pelos detentos, também foram recolhidos. Até uma serrinha, daquelas de cortar ferro, tinha por lá, o que pode indicar a intenção de um plano de fuga.
A maioria dos celulares, conta o chefão do presídio, tava escondida em ralos ou nos bueiros. Apenas três deles foram encontrados em celas. Num deles, o preso tava conversando com uma guria de fora da cadeia, contou Carioca, completando: Esse vai ganhar 30 dias sem visita como castigo.
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O diretor do presídio diz ser difícil apontar a quem pertencia a maioria dos aparelhos, das drogas e dos estoques. Do que tava nas celas até dá pra tentar descobrir, mas de resto não tem como, comentou.
Há sete meses que a direção do cadeião do Matadouro não fazia um pente-fino por lá. No começo desta semana, a PF deu uma incerta na cela do traficante Alberto Pereira, o Betinho. Com ele, os federas pegaram 17 celulares e concluíram uma operação que desmontou uma quadrilha internacional de tráfico de drogas cujo comando partia do cadeião do Matadouro.
Como entra tanto celular por lá? A maioria na parte íntima das visitas, acredita Carioca, lamentando que mesmo com as revistas, tem sempre alguém que consegue burlar a segurança.