Um buracão foi encontrado ontem à tarde no pátio central do presídio Regional do Balneário Camboriú. O túnel foi descoberto depois que agentes do departamento de Administração Penal (Deap) e fardados polícia Militar foram conferir uma denúncia. Durante a madruga, os presos já haviam feito mó confusão, exigindo atendimento médico de urgência prum interno que passou mal.
A operação começou às 17h, quando terminava o horário de visita. Como a situação já estava tensa, os agentes e os PMs invadiram o interior do cadeião com escudos e proteções especiais. A ação assustou ...
A operação começou às 17h, quando terminava o horário de visita. Como a situação já estava tensa, os agentes e os PMs invadiram o interior do cadeião com escudos e proteções especiais. A ação assustou o pessoal que havia ido lá bater um papo com algum amigo ou parente. Foi diferente do normal. Fomos vistoriados na saída, coisa que nunca acontece, conta S.N., 30 anos, muié de um dos presos.
No interior do presídio, todos os enjaulados foram levados ao pátio pra que a PM e os agentes começassem um pente-fino. Tinha um boato que ocorreria uma fuga. Hoje [ontem], durante a chamada, optamos por colocar os presos em outro local e encontramos o túnel, conta o chefe da cadeia, Leandro Kruel.
Foi no centro da galeria A, perto do sistema de esgoto, que os homisdalei deram de cara com o buraco. O túnel tinha uns 40 centímetros de largura e mais de 80 centímetros de profundidade, informou a direção do cadeião. A intenção dos bandidos era chegar num dos corredores externos do presídio, onde os enjaulados teriam a possibilidade de render os carcereiros e simandarem na buena.
A areia e o cimento retirados do túnel foram colocados em colchões espalhados por algumas celas do presídio.
Já tinham feito muvuca
Ontem à noite, os presos da regalia foram colocados pra tapar o buraco com terra e cimento. Enquanto rolava o serviço, os enjaulados da galeria A ficaram na área do banho de sol. O pente-fino continuou noite adentro.
O tenente PM Tiago Ghilardi informou que 10 fardados atuaram na operação em apoio à turma do Deap. Viemos para garantir a segurança de quem está lá dentro, limitou-se a dizer.
Agressões e tiros
Do lado de fora, cerca de 20 mulheres e parentes de presos acompanhavam a situação de perto. Deram três tiros de borracha, eu ouvi, conta F.S., 19. Outra muié de preso afirma que ouviu até um grito de socorro. Tão exagerando só porque ouviram um boato que teria uma rebelião, palpitou, referindo-se à ação dos homisdalei. As otoridades garantem que não rolou tiro, nem agressão aos presos.