Um arranca-rabo entre três garotos gays e guardas armados da prefa do Balneário Camboriú, no deque da Barra Norte, acabou virando caso de polícia e foi parar na delegacia. O estudante de administração Marcos Borges, 28 anos, acusou ontem os guardas de o terem agredido e tomado seu celular porque ele filmou um abuso de autoridade contra homossexuais. Nilson Probst, secretário de Segurança da prefa da Maravilha do Atlântico, garante que seus comandados somente prenderam um dos rapazes por desacato à autoridade e que os guardas tavam tentando evitar que a Barra Norte se transforme num motel a céu aberto.
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Com um boletim de ocorrência (BO) em mãos, Marcos procurou o DIARINHO pra denunciar as agressões e a prisão ilegal que disse ter sofrido. Ele é de Brusque e contou que no domingo à noite estava ...
Com um boletim de ocorrência (BO) em mãos, Marcos procurou o DIARINHO pra denunciar as agressões e a prisão ilegal que disse ter sofrido. Ele é de Brusque e contou que no domingo à noite estava com mais dois amigos gays no deque. Lá, havia outro casal de rapazes homossexuais. Marcos contou que uma guarda armada apareceu no local e foi pra cima do casal. O estudante de Brusque achou injusta a abordagem da guarda aos dois homens e começou a filmar com seu celular o que considerou abuso de autoridade.
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Foi aí que o bicho pegou, afirma Marcos. Revoltada, a guardinha foi pra cima dele e tomou seu celular. Também chamou reforços supostamente mentindo que estaria sendo agredida pelos gays. Com a ajuda dos colegas de farda, a guarda espancou o estudante. Vieram uns 15 e começaram a me bater. Eles não sabiam o que realmente tava acontecendo, mas bateram na cabeça, onde eles sabem que não fica marca, contou o rapaz que, ainda por cima, apanhou quando já estava algemado.
Depois do suposto espancamento, Marcos foi levado pra depê da rua Inglaterra por desacato à autoridade. Em momento algum reagi à prisão nem nada, garantiu o rapaz. Ele foi liberado duas horas depois da prisão. Foi preconceito dela. (...) Até o outro guarda disse pra ela parar, ela tava desequilibrada, contou ainda o brusquense.
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Abobrão nega agressões
O secretário de Segurança da prefa do Balneário jurou de mãozinhas postas que seus comandados não agrediram o garoto. Ele afirmou que o casal de guardas que estava no deque atende sempre muito bem a população e só tava tentando coibir as cenas eróticas promovidas por casais héteros e homossexuais no pontal Norte. Eles acabam se passando, praticam sexo. A cada meia hora o guarda tem que sair atrás de alguém. O guarda tá ali pra evitar que façam o que não é o local pra fazer. Ali entram crianças, mulheres, famílias. É um lugar bonito, onde famílias vão pra visitar, dispara Nilson.
O abobrão disse que os guardinhas já deram mais de 20 flagrantes em casais fazendo sexo perto do deque. Todos foram parar na delegacia. Quando eles [guardas] abordam, eles acham que a gente tá restringindo o direito de ir e vir deles, comentou o secretário. No caso de Marcos, o boletim de ocorrência registrado na depê foi por desacato à autoridade, lembrou Nilson.
O casal de rapazes gays que tava se beijando e por quem o estudante de Brusque tomou as dores deu no pé assim que iniciou a confusão entre os guardinhas e Marcos.