Apesar da iniciativa de filmar o meio da rua pra provar que a Estefano José Vanolli tá abandonada pelas otoridades policiais, Jane diz que não busca culpados pelo desamparo. Mas, como comerciante, deseja unir forças com os mandachuvas pra minimizar o domínio dos bandidos no bairro. Revoltada com a facilidade com que os assaltantes entram e saem dos estabelecimentos na maior cara de pau, Jane tomou as dores dos vizinhos vitimados e promete fazer o escambau até que os comerciantes consigam trampar em paz. A gente quer prevenção e um posto policial funcionando durante o horário comercial, lasca a muié.
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Jane tem uma filial da ótica no calçadão da Hercílio Luz e lá nunca registrou nenhum problema, pois, segundo conta, a ronda policial é constante e efetiva. Tudo isso leva a empresária a crer que os bairros estão à margem. Aqui no São Vicente não passa nenhuma viatura o dia inteiro. A gente fica numa insegurança total, lamenta. Agora, com os bancos em greve, Jane teme também que as ondas de assalto às lotéricas aumentem ainda mais.
Virou rotina
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O gerente da loja Berlanda, também localizada na via, Domingos Galcer, diz que os furtos dos produtos expostos na porta do estabelecimento nem são mais contabilizados. Isso ocorre quase todos os dias.
A coisa ficou mais grave, porém, no dia 5 de setembro, quando dois guris armados, invadiram a loja na hora do almoço. Outros dois comparsas ficaram na retaguarda. Numa ação que durou 20 minutos, todos os clientes e funcionários foram trancafiados no depósito, enquanto os bandidos escolhiam a dedo o que levar. Domingos revela que o preju foi de R$ 25 mil.
As câmeras da ótica Jane flagraram a ação dos bandidos e a fuga deles numa BMW de São José dos Pinhais. A polícia não conseguiu localizar os malacos.
O dono do Drogão, Adilson Correia de Souza Flor, há 26 anos estabelecido na Estefano, já sofreu de tudo. Até as paredes do seu comércio já sentiram a potência de uma bala de revólver. As grades da loja já foram arrombadas e funcionários rendidos por bandidos armados. Ao todo, Adilson diz ter sido vítima de 12 assaltos. Há 30 dias, o último arrombamento foi registrado na farmácia. Por sorte, a malacada só conseguiu levar 300 pilas. A reclamação do comerciante é a mesma de todos os entrevistados pelo DIARINHO na Estefano: abandono policial na região.
A loja Hering, a Salfer e a Casa da Bebida também já foram vítimas da bandidagem. Por esses motivos, os comerciantes imploram por mais fardados zanzando pela rua e rezam pra que consigam trampar sem serem surpreendidos com trabucos na nuca.
Abaixo-assinado surtiu efeito e meganhas vão vigiar melhor a Estefano
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Alfonso Debatin, dono da Casa da Bebida, que já teve o cofre da empresa levado pelos bandidos, não siconforma em ver a malacada deitando e rolando nos estabelecimentos vizinhos. O cara encabeçou um abaixo-assinado pedindo uma ronda de policiamento para o comércio da Estefano. O documento teve a assinatura de 135 comerciantes e foi entregue dia 29 de setembro ao comandante da segunda companhia do 1º Batalhão de Polícia Militar, capitão Luís Carlos Cruz dos Santos. Na última segunda-feira, o comerciante teve uma reunião com o chefão da PM peixeira.
Por ironia do destino, enquanto rolava o plá, mais um assalto era registrado na rua comercial do São Viça. A mega loja de materiais de construção Antônio Bittencourt foi o alvo da vez. Dois homis montados numa motoca entraram na loja e levaram a bufunfa do caixa. Uma queda de energia fez com que a câmera de monitoramento, instalada em frente à loja, não registrasse a ação dos bandidos. O valor do preju não foi divulgado. Ninguém foi preso.
O comandante afirma que tem acompanhado de perto a mobilização dos comerciantes da Estefano, mas lamenta não poder atender todas as reivindicações. No entanto, ele garante que vai tentar, junto ao Estado, mais policiais pra Itajaí e, enquanto o aumento de meganhas nas ruas não rolar, ele tentará de remanejar a tropa pra tentar atender melhor a comunidade do São Vicente. O comandante garante que rondas e barreiras serão feitas na Estefano e demais ruas em horário comercial pra tentar diminuir a ação da bandidagem.
O comandante já adiantou que é impossível deixar uma guarnição da Polícia Militar permanentemente na rua mais movimentada do São Viça.
Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria de Segurança Pública barriga verde disse ao DIARINHO que não tem conhecimento dos casos de assaltos na city e que até ontem nenhum pedido por mais milicos tinha sido oficializado.
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À espera de mais policiais
Salvo as quedas de energia, acidentes de trânsito e vandalismo, as seis câmeras de monitoramento espalhadas pela Estefano José Vanolli funcionam de domingo a domingo, 24 horas por dia. As imagens são acompanhadas por dois agentes da coordenadoria de Trânsito e Transportes de Itajaí (Codetran), que conseguem, da central, aproximar e girar as imagens de acordo com a necessidade.
Pra melhorar o policiamento na principal rua do São Viça, o comando da Polícia Militar espera que, dos 44 policiais que se formarão ainda este mês no curso de soldado, alguns venham pra city peixeira expandir o efetivo, que hoje conta com 200 milicos. Eles estão distribuídos em funções administrativas e operacionais. A partir de novembro, outros 80 meganhas iniciam o processo de formação e irão pra rua em abril de 2012.
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