O vice-presidente do conselho deliberativo do Marinheiro, Alexandre Ângelo Angioletti, deu as caras no DIARINHO na tarde de ontem com a edição de quinta-feira do jornal e uma penca de documentos. Angioletti não gostou da última coluna do Zélio Prado, que trouxe uma reclamação do diretor jurídico do Cílio, Wanderley Godoy Jr, de que as reformas no estatuto do clube, aprovadas em setembro, rolaram numa reunião sobre a qual ninguém da executiva teria sido informado. O dotô também teria reclamado que não tava sabendo se o edital de convocação pra eleição dos membros do conselho que rolou na sexta-feira tinha saído em algum jornal.
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Alexandre Angioletti diz que não existe obrigação de o edital ser publicado num jornal e que sua publicação no saite oficial do clube já basta. O vice do conselho também mostrou a ata da reunião ...
Alexandre Angioletti diz que não existe obrigação de o edital ser publicado num jornal e que sua publicação no saite oficial do clube já basta. O vice do conselho também mostrou a ata da reunião de setembro pra demonstrar que tá tudo nos trinques. Sobre a queixa de alguns sócios de que as reformas no estatuto rolaram na surdina, Angioletti explicou que só a aprovação rolou no mês passado, mas que o texto da reforma já tinha sido apresentado ao conselho em março. A reforma foi discutida em março, onde seria aprovada, mas o Gilmar Egídio pediu que o texto fosse enviado a todos os conselheiros por e-mail, conta Angioletti. A intenção era que a galera tivesse tempo de estudar e discutir as mudanças antes da votação.
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A principal mudança feita foi de que agora, pra ser candidato à presidente do conselho ou presidente do clube, tem que ser conselheiro há três anos. Sobre eleições no clube, ainda foi alterado outro trecho. Fiz questão de aprovar que quem tem negócio com o clube não pode formar chapa nem pro conselho e nem pra executiva. Pode ser conselheiro, mas não pode estar na diretoria, garante o vice-presidente do conselho, que tem contrato de aluguel com o clube. Ele toca um dos estacionamentos do Gigantão das Avenidas.
Tem validade ou não tem?
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Procurado pela reportagem, o colunista Zélio Prado manteve a versão publicada em sua coluna. Conversei com o Wanderley Godoy Jr, que é advogado do clube, e ele falou que a ata não vale, já que não foi registrada em cartório, lasca o colunista. Godoy Jr confirmou a informação. Na minha visão, se não foi registrado em cartório não tem validade, lasca.
Angioletti explicou que a ata da reunião não foi registrada porque não foi aceita pelo cartório, por causa de um erro de simples conserto. Além dos nomes, tinha que ter o cargo de cada um, diz o vice do conselho. Mesmo não sendo registrada, ela começou a valer assim que foi publicada, acredita. Wanderley Godoy Jr, que também é conselheiro do Cílio, discorda. O estatuto tem que ser registrado, assim como suas reformas, reforça.
O dotô diz que não faz nem ideia de que mudanças foram feitas no estatuto do clube. Eu, como conselheiro, não sei o resultado. Estava na federação [Catarinense de Futebol] e por isso não fui à reunião. Como a ata não foi registrada e nem deixarem cópia no clube, não sei o que fizeram.
A reportagem do DIARINHO ouviu o advogado Fábio Fabeni, que discorda de Godoy Jr. Pra ter validade jurídica ela precisa ser aprovada em assembleia. Pra se tornar pública ela tem que ser registrada em cartório, garante. O dotô considerou o não registro em cartório como falta de transparência e dá dica pra quem perdeu a reunião e não ficou sabendo das mudanças. Eles podem entrar com uma notificação pedindo pra receber uma cópia do novo estatuto em até 48 horas. Se não for fornecido, aí podem entrar com um processo por má fé, ensina.