Os conferentes do porto de Itajaí seguem de braços cruzados. Hoje completa quatro dias a paralisação que torce o nariz pra redução salarial feita pela APM Terminals, empresa que administra berços de atracação no porto de Itajaí. Por conta da greve, três navios deixaram de atracar nos cais. Dois deles buscaram rotas alternativas e um irá atracar no Portonave nesta segunda-feira.
Segundo o conferente Manoel Bittencourt, em setembro terminou o contrato entre o sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga e a APM. Os trabalhadores fizeram o dissídio coletivo e deram entrada ...
Segundo o conferente Manoel Bittencourt, em setembro terminou o contrato entre o sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga e a APM. Os trabalhadores fizeram o dissídio coletivo e deram entrada na delegacia Regional do Trabalho. Só que administradora dos cais, ao invés de renovar o contrato com os trabalhadores, abriu um edital pra contratação de conferentes. O edital tinha uma surpresinha: uma redução de cerca de 30% em relação ao atual salário dos peões.
O sindicato, então, entrou na justiça e conseguiu, via mandado de segurança da 2ª Vara do Trabalho de Itajaí, autorização pra paralisar os serviços. O promotor Acir Alfredo Hack, em seu parecer, também teria orientado os conferentes a se inscreverem nas vagas existentes no edital. Cinco conferentes do sindicato preencheram estas vagas.
Agora, os conferentes aguardam uma posição da empresa. O sindicato admite a contratação com vínculo empregatício, mas tem que negociar essa contratação. Eles querem passar por cima de um princípio constitucional, previsto no artigo 7 da Constituição Federal, que prevê a irredutibilidade salarial, lasca Manoel, traduzindo: a empresa não pode reduzir o salário deles.
Manoel informa que hoje a empresa e o sindicato devem se reunir para conversar sobre a contratação e, quem sabe, firmar um acordo. Enquanto isso, a greve continua com o apoio de outras sete categorias portuárias. O porto de Itajaí, ontem à tarde, tava paradão.
Sem acordo
A direção da APM divulgou ontem, através de nota, que, por causa da paralisação, quatro mil contêineres deixaram de seguir o seu destino. Na tarde de sábado, a APM fez contato com o advogado do sindicato propondo o reinício dos trabalhos e a continuidade das negociações, porém, Pablo Vargas não quis conversa. O advogado teria dito que só se reuniria com a empresa na presença do representante do MP, do prefeito Jandir Bellini e outras autoridades.