A falta de um centro de zoonoses em Camboriú tá levando serviço extra à ONG Defesa Animal, da vizinha Balneário Camboriú. A representante da entidade, Amélia Souza, afirma que a organização não tem mais condições de bancar o recolhimento dos bichos abandonados na Capital da Pedra. A muié afirma que, em outubro, os voluntários gastaram R$ 4 mil do próprio bolso com tratamento veterinário, castração, vacinas e ração com os animais largados de Camboriú. Eles são levados pra nossa casa, mas não temos mais condições, desabafa. Pra piorar, a ONG não pode usar a verba que é repassada pela prefa do Balneário.
A representante quer que a prefa de Cambu construa um centro de zoonoses, pra que os animais sejam recolhidos, castrados, vacinados e fiquem num canil municipal. Foi promessa de campanha da prefeita ...
A representante quer que a prefa de Cambu construa um centro de zoonoses, pra que os animais sejam recolhidos, castrados, vacinados e fiquem num canil municipal. Foi promessa de campanha da prefeita Luzia [Coppi Mathias], relembra.
O secretário de Meio Ambiente da city da pedra, Márcio da Rosa, admite a pendenga. Ele conta que, hoje, o município tem condições apenas de tirar os cavalos e animais de grande porte das ruas. Eles aplicam multa nos donos e levam os bichos prum pasto. Pra pequenos animais teria que ter uma estrutura que não temos hoje, lamenta.
Márcio diz que conta com o apoio das ONGs enquanto não é erguido o centro. O projeto, afirma, tá pronto, mas depende de avaliação do Ministério da Saúde, que não tem data pra mandar a verba. O plano é construir um local onde ficaria um veterinário do município pra examinar e medicar a bicharada, um canil e uma área onde os animais seriam alimentados. A prefa tem planos ainda de botar uma carrocinha nas ruas de Cambu pra recolher os dogs, que são a maioria dos abandonados. Além disso, buscam ONGs pra tocar o trampo.
Pra evitar o abandono, a prefa faz constantes campanhas informativas em residências e escolas. As pessoas abandonam o animal quando veem que ele fica doente e têm que gastar com isso, finaliza o abobrão. A reportagem tentou falar com a prefeita Luzia Coppi, mas ela estava em reunião.
Como funciona em outras citys
Itajaí: a cidade tem um núcleo de zoonoses que conta com canil municipal e veículo pra recolher os animais. A coordenadora do núcleo, Ieda Passos, explica que são recolhidos os bichinhos doentes ou que foram atropelados. Eles são levados pro canil, que conta hoje com cerca de 400 animais.
Eles recebem todo o tratamento e ficam à disposição pra adoção. O canil é mantido pela prefa. O canil não é um depósito de animais. Foi criado pra ficar com os animais doentes que precisam de tratamento e que não têm dono. O núcleo de zoonoses ainda conta com equipe de combate à dengue, animais peçonhentos e ratos. Foi formado há cerca de oito anos.
Balneário Camboriú: o núcleo da Maravilha do Atlântico, por enquanto, é lenda. O secretário de Meio Ambiente da city, André Ritzmann, explica que o projeto de construção do centro de zoonoses ainda não saiu do papéli, pois a prefa estuda formas de conseguir dindim pra construção.
O assunto até já virou carcada do Ministério Público, mas nunca se tornou realidade.
Enquanto isso, contam com a ajuda de duas ONGs, a Defesa Animal e a Viva Bicho, que são apoiadas pela prefa. Damos a verba pra eles mensalmente, que prestam conta do serviço, afirma André. As organizações têm abrigos próprios pra manter os bichos.