Mais de 500 moradores do bairro Armação, na Capital do Marisco, deram nomes prum abaixo-assinado organizado pelo cabeleireiro Robinson Luciano, 33 anos. Eles pedem o fim duma vala na rua Nereu de Assis. Aberta há pelo menos oito anos, a vala de meio quilômetro contorna a estrada, que tá desmoronando, e atrai uma nuvem espessa de mosquitos. Robinson diz que tá toda semana na prefa pedindo patrolamento, mas ninguém lhe dá atenção.
Com a muié grávida e com dois pirralhos em casa, o cabeleireiro diz que a situação tá insuportável e ele deu início, há três meses, ao abaixo-assinado. A rua da vala é a principal saída da localidade do Mariscal. O profissional dos cabelos já gastou mais de dois mil reales pra trocar peças do carango dele, que ficaram detonadas pela irregularidade da pista.
Além dos prejus, há outro perrengue. A bicharada já começou a aparecer. Os moradores dividem espaço com cobras e aranhas. Os pernilongos invadem as casas atormentando Deus e o mundo. Isso é um ...
Com a muié grávida e com dois pirralhos em casa, o cabeleireiro diz que a situação tá insuportável e ele deu início, há três meses, ao abaixo-assinado. A rua da vala é a principal saída da localidade do Mariscal. O profissional dos cabelos já gastou mais de dois mil reales pra trocar peças do carango dele, que ficaram detonadas pela irregularidade da pista.
Além dos prejus, há outro perrengue. A bicharada já começou a aparecer. Os moradores dividem espaço com cobras e aranhas. Os pernilongos invadem as casas atormentando Deus e o mundo. Isso é um descaso. A última vez que eles passaram uma patrola na rua foi em janeiro deste ano, isso que eu tô toda semana na prefeitura pedindo, conta Robinson.
Outro que tá indignado com o abandono da prefa penhense é o Eberson Figueiredo, 26. O rapaz trampa em Itajaí como auxiliar financeiro e passa todo santo dia pela rua Nereu de Assis. Como se não bastasse a vala correndo a céu aberto, o povão começou a jogar lixo e bicho morto no local. Eberson acredita que a prefa fecha os olhos pra situação. A prefeitura não aparece, não existe um planejamento nem organização, ninguém fiscaliza, lasca.
As explicações
A prefa informou que tá na espera de recursos do governo federal pra dar início à implantação de galerias de drenagem e acabar com a vala, revelou o secretário de Planejamento da city, Reginaldo Waltrick. Ele garante que não foi informado da reivindicação dos moradores. Vou verificar quais medidas paliativas podem ser feitas. Esse é um caso complicado, somente com as galerias será possível acabar com o desmoronamento, justifica, sem saber quando a tubulação será instalada.
A diretora da vigilância Sanitária de Penha, Célia da Silva, também revela que não havia recebido nenhuma reclamação sobre a imundície da vala e diz que só vai comentar o caso depois de apurar tintim por tintim do ocorrido. Como fazem um abaixo-assinado sem falar com a gente?, questiona a abobrona. Célia, contudo, se comprometeu em deslocar quinta de manhã uma equipe pra bizolhar o valão.
Sabichão dá pitaco
Cobras e aranhas são atraídas pelo desmatamento e não pela nojeira da vala, explica o professor de zoologia da Univali, Ricardo Corbetta. O especialista acredita que, por falta de informação, as pessoas acabam confundindo as espécies dos bichos. Já pros mosquitos, Ricardo diz que o ambiente úmido e parado do valão é o ambiente ideal pra atrair os insetos.
Qualquer pessoa que for picada e o local ficar inchado, deve buscar orientação médica. Talvez não ocorra a transmissão de doença, mas pode ocorrer uma alergia e precisar de medicação, alerta o sabichão. Pro profe, o perrengue seria resolvido com o encanamento e isolamento da valeta.