Diante de tantas irregularidades, de procedimentos feitos na frieza e obscuridade de gabinetes, o DIARINHO resolveu ouvir especialistas que exponham de que forma devemos pensar as leis de zoneamento que serão tentáculos do futuro Plano Diretor, que deverá guiar Itajaí pelos próximos anos.
O geógrafo e oceanógrafo Marcus Polette é rápido ao dizer o que é essencial pra dar qualidade a essa escolha. A participação das pessoas é muito importante. Elas têm que dizer se querem espigões ...
O geógrafo e oceanógrafo Marcus Polette é rápido ao dizer o que é essencial pra dar qualidade a essa escolha. A participação das pessoas é muito importante. Elas têm que dizer se querem espigões na Beira-rio ou na praia Brava. Elas precisam expor a estética, a funcionalidade da cidade, os meios de chegar, a circulação, enfim, decidir o futuro da cidade e de seus moradores, avalia Polette.
A técnica de especialistas, segundo o professor, também deve se sobrepor aos engomados políticos que coordenam estruturas essenciais ao planejamento e execução de obras fundamentais pro município. Pra Polette, Itajaí precisa criar o instituto de Planejamento Urbano, que seria gerido por técnicos e não políticos dos mais variados tipos. Enquanto não tivermos esse instituto em Itajaí, ao meu ver, essa cidade corre grandes riscos futuros, pois as coisas seguiram acontecendo da mesma maneira atual, acredita o doutor em gestão costeira da Univali.
O sociólogo Sérgio Saturnino, também professor na Univali, é outro que bate na tecla de que precisamos de um povão mais participativo na tomada de decisões. O mestre em Sociologia não gosta de muita política envolvida no processo de formação de leis de zoneamento. A política em demasia fragiliza todo o processo de construção dessas leis. Nunca você pode ter uma participação maior de políticos do que da sociedade, pois as pessoas é que precisam debater o que querem para amanhã e para os próximos anos, senão, que validade tem?, questiona.
Não esqueçam do meio ambiente
Pra fechar, a presidente da ONG UniBrava, Cláudia Severo, acredita que o meio ambiente deva estar no ponto central das discussões, que devem obrigatoriamente ter o respaldo da população. Segundo Cláudia, as pessoas têm o direito a cidades sustentáveis. Assim como o direito à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, pra esta e outras gerações, enumera.