Um funcionário da prefa da Maravilha do Atlântico foi fotografado jogando um produto nas margens do rio das Ostras, no bairro São Judas Tadeu. Ele tava com luvas, máscara e botas, como se manuseasse produtos químicos. Quem fez o flagrante foi a ambientalista Carla Bravo, integrante da ONG Ideia. Ela passava pertinho do rio quando viu o barnabé no mato. O sujeito estava todo equipado pra mexer com veneno e ainda vestia uma camiseta da secretaria de Obras da prefa do Balneário. “Não tenho dúvida de que ele está pulverizando, jogando veneno pra matar o mato da margem do rio. Se não fosse veneno ele não estaria protegido”, lascou.

Carla conta que faz parte do grupo que bola o plano de saneamento pro município por se preocupar com o meio ambiente e ficou dicara com a treta. “Parece que é tudo faz de conta”. Ela pretende levar a denúncia pras otoridades ambientais, mas não disse a data.

Faz mal

Dalva Schuch, pesquisadora da Univali na área de engenharia ambiental, afirma que a capina química faz mal pros seres vivos. Por conter veneno, mata a vegetação e ainda pode sispalhar pros animais e o povão. Dalva explica que o resíduo químico infiltra no solo e vai parar nos lençóis d’água.

Com relação à margem do rio, pode até levar o veneno pra regiões mais distantes. Caso um cão ou um ser humano ingerir aquela água pode ser envenenado, ter um piripaque, problemas na digestão e até partir pro além. “Dentro da água, o veneno pode até se potencializar”, diz a sabichona.

A pesquisadora conta que o ideal é usar a capina manual ou mecânica. Embora não seja tão eficiente e dure menos tempo, é a mais indicada pra evitar contaminações. Ela afirma que na Univali usam capina mecânica desde 2006.

Investigação

O diretor da secretaria de Obras, Arlindo Cruz, afirma que a capina química não foi autorizada. Ele conta que o município não utiliza o método desde que foi aprovada a lei estadual e pretende averiguar o que rolou. “Vou investigar e apurar como aconteceu isso”.

Já o secretário de Meio Ambiente do Reino da Dinamarca, André Ritzmann, ficou de cabelo em pé com a notícia. O abobrão afirma que vai ter um plá com a turma do paisagismo da prefa pra saber o que rolou e garante que não vai deixar a situação barata.

É proibido !

A lei 14.734, de 17 de junho de 2009, sancionada pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PDMB), prevê que toda capina com veneno seja proibida no estado. A legislação ainda especifica que o líquido venenoso não pode ser jogado em ferrovias, rodovias, vias públicas, ruas, passeios e principalmente na margem de rios e valas.