Itajaí

Protesto bloqueia a BR-470 em Navega

Cerca de 200 pessoas participaram do protesto, carregando faixas e cartazes. Quatro mortes rolaram no trecho dengo-dengo da rodovia, somente na semana passada

O preto significava luto. O choro no rosto de algumas mães era o retrato da dor, enquanto um minuto de silêncio representava o respeito aos que perderam a vida na BR-470. Foi assim que começou ontem, às 8h, o protesto que bloqueou a rodovia bem na frente do Magazine Luíza, próximo ao trevo de Pedreiras, em Navega. O manifesto, que contou com a participação de cerca de 200 pessoas, foi organizado pela Pastoral da Juventude de Navegantes, e teve o apoio da associação dos caminhoneiros da cidade e da prefeitura. O povão que vive às margens da rodovia também participou do berreiro.

Os manifestantes chegaram cedo ao trevo, muitos com cartazes e faixas de protesto contra o governo federal e o departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Quando a pista foi fechada ...

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Os manifestantes chegaram cedo ao trevo, muitos com cartazes e faixas de protesto contra o governo federal e o departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Quando a pista foi fechada, exatamente às 8h, o DIARINHO estava lá e viu o representante comercial Vanderlei de Oliveira, 33 anos, tentar arrancar a chave de um carro que furou o bloqueio. Ele não conseguiu, mas sua indignação deixava claro os perrengues que viveu na rodovia. “Já perdi muitos amigos aqui, por isso é urgente que se modifique essa rótula e sejam colocados redutores de velocidade, porque se não acontecer, as pessoas vão seguir morrendo”, desabafa.

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O trecho da 470 em terras dengo-dengos tem 11 quilômetros e concentra o trânsito de caminhões carregados de contêineres, com destino ao Portonave, e de veículos em direção ao aeroporto internacional Ministro Victor Konder, o único da região. Com a presença de autoridades, muitas pessoas aproveitaram pra fazer pequenos discursos pedindo segurança no trecho da estrada que passa por Navega e que, apenas na semana passada, registrou quatro mortes.

A agente de saúde Juliana da Luz, 24, acidentou-se no trevo em que rolou o protesto há três anos, mas somente ontem pisou no lugar novamente. “Eu tenho sequelas do acidente até hoje. A minha filha, que tinha quatro anos, ficou 18 dias na UTI, por isso alguma coisa precisa mudar aqui”, disse. A dor de Juliana só não era igual a de Liana Duarte, 61, que na semana passada perdeu o filho no trecho dengo-dengo. “Chega de tanta morte, chega de tanto sofrimento, só eu sei o que sofro com essa perda”, falou, em meio às lágrimas.

Em menos de um ano de trampo no trecho de Navega, o bombeiro voluntário Abimael Blaschek, 25, diz que perdeu as contas dos acidentes que atendeu na rodovia. “A única maneira de frear essas estatísticas é fazer a rótula aqui neste trevo, porque o problema maior não é a pista, mas sim os motoristas”, observa.

Taxões ajudariam

Até às 9h20 de ontem, quando a pista começou a ser liberada, tinha dois quilômetros de filas em ambos os sentidos da 470. O agente Mendes Ribeiro, que trabalha no posto da polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-101, em Barra Velha, disse não acreditar que redutores de velocidade, lombadas eletrônicas ou uma nova rótula sejam capazes de diminuir o número de acidentes e mortes na rodovia. Pra ele, o ideal seria colocar taxões por todo o trecho que cruza Navega, coibindo assim os motoristas apressadinhos de fazer ultrapassagem. “Só colocando taxões mais resistentes nesse trecho. Assim, não teria tantas ultrapassagens arriscadas, que colaboram muito pro alto número de acidentes”, relatou.

Em cima do DNIT

O prefeito dengo-dengo Roberto Carlos de Souza, o Bob Carlos (PSDB), disse que apoia o movimento porque a situação é crítica, especialmente nas entradas dos bairros Pedreiras, Nossa Senhora das Graças e São Domingos. Segundo o mandachuva, o protesto foi uma forma de mostrar o descontentamento da comunidade com a atual situação, que provoca dor nas pessoas quase todas as semanas, pois os acidentes são frequentes. “Já fizemos inúmeras correspondências e reuniões com o DNIT, mas não houve solução, por isso estamos nos reunindo pra cobrar providências dos responsáveis pela difícil situação que estamos vivendo aqui. Vamos seguir cobrando as providências por parte do DNIT, pra que construa os redutores de velocidade e altere essa rótula, porque não podemos esperar pela duplicação pra que as mortes parem de acontecer”, discursa, acrescentando que um novo bloqueio deve rolar no dia 10 de dezembro, no mesmo trecho de ontem.

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