Itajaí

147 descendentes de escravos vivem na região

No mês da Consciência Negra, o DIARINHO conta um pouco da centenária história do quilombo do sertão do Valongo

O silêncio e a falta de preocupação com o tempo ajudam a construir o cenário de vida dos 147 moradores do sertão do Valongo, em Porto Belo. O local é habitado por negros descendentes de escravos. Assim com essa comunidade, outras tantas se formaram no Brasil na época colonial, quando alguns negros escravos conseguiram escapar do açoite português que envergonha a história brasileira há pouco mais de 500 anos.

Domingo foi o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, em União dos Palmares/AL, foi morto em 20 de novembro de 1695. Foi ele quem iniciou a resistência ...

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Domingo foi o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, em União dos Palmares/AL, foi morto em 20 de novembro de 1695. Foi ele quem iniciou a resistência à escravidão, com a formação dos quilombos. Santa Catarina tem 11 quilombos. O de Porto Belo é reconhecido pela Fundação Palmares desde 1997.

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Os dias de semana na comunidade quilombola de Porto Belo são bastante silenciosos. Há momentos em que a quietude é tamanha que dá para ouvir a bicharada no mato. Parece que o tempo parou por aqui. O povo é calmo no andar da vida, porém, perseverante. Espera apenas viver em comunidade e longe de conflitos.

A comunidade ocupa cerca de um quilômetro quadrado de área. O acesso é tranquilo. Se você seguir no sentido Itajaí/Porto Belo, basta entrar à direita na primeira passarela após o pedágio e seguir nove quilômetros estrada adentro. Virar à esquerda, na bifurcação, e depois seguir à direita, no primeiro cruzamento que vir. Chegar é fácil. O complicado é o acesso aos moradores, bastante arredios ao público exterior.

Quem fez a ponte entre a reportagem e os descendentes dos quilombolas foi a enfermeira Noeli Pinheiro, 48 anos, uma mulher branca. Ela vive por lá há cinco anos com o marido, o engenheiro florestal Edemir Cleio Matinhago, 62, também branco.

Além da boa relação com os moradores da comunidade, os dois levaram opções extras de renda aos quilombolas. “Poucas mulheres trabalham fora. Elas não querem vínculo empregatício e trabalham quando acham necessário. Para eles, ficar parado é bom”, explica Noeli. Os homens, a maioria, trabalha na secretaria de Obras da prefeitura de Porto Belo. São os peões das construções públicas. Passam o dia inteiro fora em empreitadas.

Mudança de pensamento

As 147 pessoas que vivem na comunidade formam 45 famílias. Os sobrenomes Costa, Caetano e Faial formam a árvore genealógica do Valongo. Os nomes dados aos nascidos saem da bíblia: Isaias, Issac, Samuel e Moisés e aí por diante. Religião é coisa séria para eles. Todos são Adventistas do Sétimo Dia. Sábado, descansam. Domingo, comungam nas partidas de futebol e nos longos bate-papos nos cercados das casas. Não fumam, não comem alimentos com agrotóxico, não tomam café e abominam bebida alcoólica.

Os mais velhos têm 85 anos. Os jovens e homens de meia idade dominam a comunidade. E é a força da juventude que tem alterado, nos últimos 10 anos, as características do povo do Valongo. “Muitos estão indo trabalhar fora e estão se relacionando com pessoas de fora”, explica a enfermeira Noeli. Como nas primeiras comunidades quilombolas, formadas no século 17, nessa ainda há o costume do casamento entre parentes.

Os quilombos catarinas

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• Campos Novos – Herdeiro da Invernada dos Negros

• Porto Belo – Valongo

• Praia Grande – São Roque

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• Garopaba – Morro do Fortunato e Aldeia

• Monte Carlo – Campos dos Poli

• Paulo Lopes – Santa Cruz

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• Balneário Camboriú – Morro do Boi

• Criciúma – Família Thomaz

• Santo Amaro da Imperatriz – Tabuleiro e Caldas do Cubatão






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