Um papo tá dando o maior bafafá em Balneário Camboriú. Os guardas municipais da cidade têm que bater continência a seus superiores. O perrengue rola porque, segundo sabichões, os agentes não pertencem às forças armadas e não teriam qualquer obrigação de babar o ovo dos abobrões da Maravilha do Atlântico. Já o povo da prefa acha certo os guardinhas botarem a mãozinha na testa pros chefões e tenta até transformar o fato em lei.
Nilson Probst, secretário de Segurança do Balneário, diz que a medida se justifica porque os agentes têm regras e funções parecidas com a dos PMs. Embora não sejam militares, eles têm hierarquia ...
Nilson Probst, secretário de Segurança do Balneário, diz que a medida se justifica porque os agentes têm regras e funções parecidas com a dos PMs. Embora não sejam militares, eles têm hierarquia e disciplina parecidas, defende o abobrão, lembrando que a batida de continência já é de praxe pros azuizinhos da cidade e agora pode virar lei. Tinha gente que dizia que não tinha nada escrito sobre a continência. Então nós estamos escrevendo pra poder cobrar depois, lasca Nilson.
O secretário é enfático ao defender a continência. Temos uma normativa onde diz que eles [guardas municipais] têm que chegar no horário determinado, com barba feita e cabelo cortado. Isso tudo são normas. Eles foram treinados pela polícia Militar, que age assim. Mesmo eu sendo civil, defendo a hierarquia militar, justifica. O que é a continência? Nada mais é do que um cumprimento ao seu superior, dar bom dia, boa tarde. Precisa disso. Por exemplo, ele tá na rua e chega um supervisor ou um coordenador. Ele vai falar: bom dia, senhor.
As alterações no regimento interno da guarda municipal, pra legalizar a mãozinha na testa, serão enviadas pra aprovação na câmara de vereadores. Entre as mudanças, também está a proposta dos agentes poderem atuar no trânsito.
Não tá certo
O advogado João Corrêa é ex-oficial da polícia Militar e diz que bater continência aos superiores é uma prerrogativa obrigatória dentro das forças armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica. A PM também segue a rotina, segundo o sabichão, pois é considerada uma força armada reserva do exército.
Dotô Corrêa acredita que a guarda municipal não deveria prestar continência pra ninguém, embora diga que, se previsto em lei, o procedimento não tá incorreto. Se estiver previsto que subordinados têm escalão de hierarquia, têm que prestar continência. É questão de regra. Se não tá escrito, não tem regra que estabeleça isso, então não tem obrigação, esclarece.
Ele discorda da norma que tá rolando em Balneário Camboriú. A guarda municipal não é força armada. Tão querendo transformar a guarda militar numa força paramilitar. Ela não tá preparada nem pra trabalhar armada, acredita.