Itajaí

Conheça a caverna de Botuverá

Pertinho da gente, a natureza abriu caprichosamente um caminho para as entranhas do planeta

Vá. Isso mesmo, essa é a sugestão. Vá conhecer uma das cavernas de Botuverá e se maravilhar com a pequena amostra que ela proporciona das entranhas do planeta em que vivemos. Você vai sair de lá defendendo a ideia de que a célebre expressão “há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”, do romance Hamlet, de Sheakespeare, deveria ser escrita assim: “Há mais mistérios entre o céu e debaixo da terra do que supõe nossa vã filosofia”.

Continua depois da publicidade

O exagero se justifica. As cavernas de Botuverá - e em especial a que está aberta à visitação pública - são consideradas as mais belas do sul do país por conta da imensa variedade de formas, que ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

O exagero se justifica. As cavernas de Botuverá - e em especial a que está aberta à visitação pública - são consideradas as mais belas do sul do país por conta da imensa variedade de formas, que foram sendo forjadas ao longo de 65 milhões de anos. “Existem grutas e furnas em alguns municípios de Santa Catarina, porém nenhuma delas possui a beleza semelhante a de Botuverá”, afiança o geólogo Sérgio Freitas Borges, da universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Continua depois da publicidade

Pro pessoal que administra o parque Municipal das Grutas de Botuverá, a posição de importância que uma das cavernas de lá ocupa no ranking da espeleologia brasileira é ainda maior. “Em virtude de sua beleza e porte, é considerada a maior e mais ornamentada gruta do Sul do Brasil, sendo visitada há mais de 20 anos”, diz a apresentação do site do parque.

Pelo bem da verdade, a de Botuverá é a segunda em extensão entre os três estados do sul, perdendo para a Gruta de Lancinhas, no Paraná. Mas o que ninguém discorda, é que a de Botuverá é a mais bonita de todas.

Continua depois da publicidade

Visitantes podem se maravilhar com a beleza de três dos nove salões da gruta

A entrada é singela. Chega a ser feia. É um buraco no meio da rocha, do tamanho de uma porta comum, protegida com uma grade de ferro mantida sempre cadeada. A pequena fenda, que se estende por cerca de 50 metros até que todo o esplendor da caverna se revele, é quase como um portal para outro mundo.

É a partir desse ponto, que começa uma verdadeira viagem. “Ver de perto as estalactites e as estalagmites gigantes é impressionante, surreal, psicodélico”, dispara a blumenauense Juliana Ferreira, 33 anos, referindo-se ao impacto que teve quando chegou ao primeiro e maior salão da gruta.

Juliana esteve no começo do mês em Botuverá fazendo um pesquisa de campo com colegas da faculdade de História da Furb. Aproveitou o tempo de folga e foi conhecer as famosas cavernas da cidade. “Chegamos a ficar sentados um bom tempo numa galeria, apreciando o último salão. Aquilo lá é fantástico!”, elogia.

O espanto da estudante blumenauense com tanta beleza não é de graça. “As outras cavernas que existem na região sul ocorrem em outros tipos de rochas diferentes ao calcário. Estas rochas, arenitos e basaltos, não formam espeleotemas tão pujantes como os da caverna de Botuverá”, explica o geólogo Sérgio Freitas Borges.

Abundância de formas

Continua depois da publicidade

É justamente na profusão de formas que reside a riqueza estética da grande caverna de Botuverá. A partir da fenda inicial, elas aparecem em toda a extensão dos 1099 metros de túneis e salões da gruta. São ao todo nove grandes câmaras e somente as três primeiras podem ser apreciadas pela gente comum. “A visitação é limitada a 220 metros. Nos outros locais só podem ocorrer visitas técnicas”, informa a guia Josiane da Silva. O motivo, explica, é a preservação tanto da caverna quanto dos animais que vivem por lá.

São tantas formas e dos mais variados tamanhos que faltaria espaço pra descrevê-las.

E são essas formações rochosas que seduzem os visitantes. “Eu não tinha noção do que ia encontrar. Não tinha ideia de que a natureza poderia se unir de uma forma tão perfeita. Achei muito lindo”, comenta, feito gente grande, a estudante Ana Gabrielle, 12 anos, de Joinville. “Dá a impressão que a gente tá naqueles filmes de Indiana Jones. As formas parecem até esculturas”, completa, com uma euforia juvenil, a professora Nilda Helena Bibow, 40, que acompanhava a turma de Ana.

Comece a ler por aqui

Continua depois da publicidade

Você vai achar estranho, mas pra facilitar sua leitura, comece a saborear o texto por aqui. É um pequeno vocabulário que o ajudará a entrar melhor no clima das cavernas.

Espeleologia

É a ciência que estuda as cavidades naturais da terra, como as cavernas, grotões ou fendas.

Espeleotemas

É como os estudiosos chamam as mais variadas formações encontradas no interior das cavernas.

Continua depois da publicidade

Estalactite

São sedimentos que se formam no teto das cavernas e crescem pra baixo. A água que escorre em gotas vai arrastando e juntando o calcário, que forma as estalactites. Geralmente tem formas de tubos ou cones.

Estalagmite

São praticamente a mesma coisa que suas irmãs estalactites. A diferença é que crescem do chão e vão em direção ao teto. São formadas pelo calcário que vai caindo ao poucos com a água que goteja geralmente das estalactites.




Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.81

TV DIARINHO


🌊🏗️ CANAL EM NAVEGANTES! Projeto antigo de quase 40 anos volta à pauta. Governo catarinense quer parceria ...





Especiais

Empresas de apostas avançam na festa junina de Campina Grande

São João das Bets

Empresas de apostas avançam na festa junina de Campina Grande

Resgates em trilhas na Chapada Diamantina revelam riscos a turistas e guias

TURISMO E PERIGO

Resgates em trilhas na Chapada Diamantina revelam riscos a turistas e guias

Como prevenir uma nova geração fumante e proteger crianças e adolescentes dos vapes

SAÚDE

Como prevenir uma nova geração fumante e proteger crianças e adolescentes dos vapes

Brasil teve 57 PLs pró-LGBTQIA+ no primeiro semestre de 2025

DIVERSIDADE

Brasil teve 57 PLs pró-LGBTQIA+ no primeiro semestre de 2025

Ao menos cinco secretários do governo Tarcísio têm conexões com o setor imobiliário

SÃO PAULO

Ao menos cinco secretários do governo Tarcísio têm conexões com o setor imobiliário



Blogs

Negócios de família

Blog do JC

Negócios de família

Caroço de abacate ralado para saúde

Blog da Ale Francoise

Caroço de abacate ralado para saúde

Veja como foi a prova do Tour de France no Rio de Janeiro em 2025

A bordo do esporte

Veja como foi a prova do Tour de France no Rio de Janeiro em 2025

🧊❄ Viroses de Inverno: Como se Proteger da Gripe, Resfriados e Outras Infecções Respiratórias

Espaço Saúde

🧊❄ Viroses de Inverno: Como se Proteger da Gripe, Resfriados e Outras Infecções Respiratórias



Diz aí

"Se eu não conseguir reverter, eu não quero nunca mais saber de política"

Diz aí, Alexandre Xepa!

"Se eu não conseguir reverter, eu não quero nunca mais saber de política"

Prefeito de Itapema participa do “Diz aí!” e do "Desembucha"

AO VIVO

Prefeito de Itapema participa do “Diz aí!” e do "Desembucha"

"O hospital [Ruth Cardoso]passa a ser, de fato e de direito, regional e estadual"

Diz aí, Leandro Índio!

"O hospital [Ruth Cardoso]passa a ser, de fato e de direito, regional e estadual"

Leandro Índio no Diz aí! do DIARINHO

AO VIVO

Leandro Índio no Diz aí! do DIARINHO

"Eles sonham com a minha vaga. Eu não cometi nenhum crime, eu não fiz nada de errado "

Diz aí, Jorge Seif Júnior!

"Eles sonham com a minha vaga. Eu não cometi nenhum crime, eu não fiz nada de errado "



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.