Itajaí

Pais não conseguem matricular filhos em projeto social por falta de vaga

Coordenadora do projeto diz que não tem dinheiro pra atender todo mundo

Que o projeto social Latarte faz um bem danado pras crianças em situação de risco de Camboriú, isso ninguém duvida. Mas somente 76 alunos conseguiram vagas pra participar dos trabalhos no ano que vem. A fila de espera tá aumentando e o número já chega a 300 pirralhos. A coordenação do projeto diz que não recebe dinheiro suficiente pra bancar a criançada. A prefeita de Camboriú, Luzia Coppi (PSDB), explica que tá liberando R$ 92 mil do orçamento somente pro Latarte e não tem condições de aumentar a verba.

Na manhã de ontem rolou a rematrícula das crianças. Sabendo da diminuição de vagas, pais ficaram na fila desde as 23h do dia anterior. Às 7h, a casa que abriga o projeto, na rua Monte Serra Negra ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Na manhã de ontem rolou a rematrícula das crianças. Sabendo da diminuição de vagas, pais ficaram na fila desde as 23h do dia anterior. Às 7h, a casa que abriga o projeto, na rua Monte Serra Negra, distrito do Monte Alegre, tava uma muvuca só. “No ano passado nós atendíamos 161 crianças estourando, porque verba só vinha pra 75”, afirma o líder comunitário Lula Barbosa, também voluntário no Latarte.

Continua depois da publicidade

Defensor do projeto, ele diz que a filha dele só conseguiu passar no vestibular da Udesc pra arquitetura com a ajuda que teve do grupo.

Quem também tava revoltado com a falta de vagas pras crianças é o pedreiro Celso Henrique, de 34 anos. Ele ficou desde as 5h30 pra garantir o lugar de seus dois filhos e diz que considera uma bênção ter a ajuda do pessoal do Latarte. “Faz bem pros meus filhos. Eles têm aprendizado, disposição. Eu me preocupo com essas crianças que perderam a vaga”, conta, decepcionado.

Para Celso, a criminalidade em Camboriú reduziria muito se as otoridades apoiassem mais o projeto. “É melhor prevenir do que depois um filho começar a usar droga, se prostituir, matar, ir preso”, acredita.

Isabel Berg de Oliveira, 39, foi uma das últimas mães a conseguir vaga. Ela conta que seu filho frequentou um ano o Latarte. “E ele vai continuar, graças a Deus. Eu tô preocupada com as outras famílias”, diz, tristonha.

Dinheiro não é suficiente

A casa que abriga o projeto é cedida por uma empresa de Balneário Camboriú, que também paga outras despesas do projeto. Mas pra se manter ativo, o projeto ainda tem um repasse do governo municipal. O dindim vem do fundo da Infância e da Adolescência (Fia) do município. O solicitado este ano pela coordenação foi R$ 185 mil, mas o conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) só autorizou R$ 92 mil.

Prefeita diz que tá fazendo o que pode

Continua depois da publicidade

A coordenadora do Latarte, Rose Maria Figueiredo, diz que a instituição precisa de mais dinheiro pra poder abrir vagas pra criançada que tá na fila de espera. Ela comunicou ao município que se a grana fosse abaixo do que eles precisavam, o número de crianças atendidas também seria menor. A fundadora do projeto justifica que tomou a atitude depois de levar um puxão de orelha do MP, pois eles souberam que a instituição tava com dívidas devido ao excesso do número de crianças atendidas.

Prefa não pode fazer nada

A prefeita Luzia Coppi disse não ter dúvidas de que o projeto é fantástico. “Oferece o segundo turno da criança. Mas eu fico triste quando dizem que não tem apoio do governo. Este ano foi quando [os projetos sociais] mais ganharam recursos do município”, desabafa.

Continua depois da publicidade

A prefeita explica que antes de 2009 o projeto nunca contou com a ajuda da prefeitura. No primeiro ano de gestão de Luzia, o Latarte recebeu em torno de R$ 47 mil. No ano seguinte a verba repassada foi de 79.412 reales; em 2011, foram R$ 84 mil e pro ano que vem a prefa vai doar cerca de 92 mil reais. “Não tem razão nenhuma de diminuir [o número de vagas]. O que eles não podem é jogar essa atribuição ao município”, manda a prefeita loirosa. “É um problema de administração do projeto. É uma entidade. Eles têm que buscar os recursos de outros lugares. Nosso orçamento é pequeno. É muito dinheiro pra um projeto. Nós não podemos manter o projeto sozinho”, lamenta.

Educar com arte

O projeto Latarte existe há cinco anos com o objetivo de desenvolver a prática socioeducativa através da arte. Ele atende crianças de seis a 17 anos em situação de risco e oferece o contraturno, ou seja, depois de ir pra escola, a criança também tem um apoio escolar no outro período, dentro do projeto.

Continua depois da publicidade

Além disso, os menores contam com um bocado de aulas, como hip hop, violão e percussão. Mas para Rose, a chefona do Latarte, o mais importante é o apoio escolar. “O importante é terminar de estudar. É isso que vai garantir o futuro deles”, opina.



WhatsAPP DIARINHO


Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.


Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.56


TV DIARINHO


🛣️😨 BR 101 EM ALERTA | Uma ponte estratégica entre Itajaí e Navegantes entrou no radar do MPF às vésperas ...



Especiais

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

IGREJA CATÓLICA

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

PLANO CLIMA

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Controle parental

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

NA PORTA DA ESCOLA

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil



Blogs

Entrevista do prefeito na TV DIARINHO

Blog do Magru

Entrevista do prefeito na TV DIARINHO

Anderson acabou com os pelados do Pinho

Blog do JC

Anderson acabou com os pelados do Pinho

Medalhista olímpico visita alunos do projeto Nadando com Thiago Pereira

A bordo do esporte

Medalhista olímpico visita alunos do projeto Nadando com Thiago Pereira

Barriga chapada!

Blog da Ale Françoise

Barriga chapada!

Solas em Brasa: O peso invisível de um mundo complexo e a busca pelo oásis interior

VersoLuz

Solas em Brasa: O peso invisível de um mundo complexo e a busca pelo oásis interior



Diz aí

"Fizemos contato com a defesa e estamos discutindo a apresentação [dela]”

Diz aí, delegado Roney

"Fizemos contato com a defesa e estamos discutindo a apresentação [dela]”

"Eu não concordo que o Jorginho está eleito"

Diz aí, Afrânio!

"Eu não concordo que o Jorginho está eleito"

"A cultura da impunidade é um fator que incentiva o comportamento criminoso"

Diz aí, Araújo!

"A cultura da impunidade é um fator que incentiva o comportamento criminoso"

"Se vocês forem no fórum, vocês não vão ver juízes negros"

Diz aí, Márcia

"Se vocês forem no fórum, vocês não vão ver juízes negros"

"A parceria com Santos acabou ficando pesada para nós"

Diz aí, João Paulo!

"A parceria com Santos acabou ficando pesada para nós"



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.