A sessão na câmara de Balneário Camboriú deveria começar às 18h. No entanto, iniciou 45 minutos depois. Começou atrasada e, dinovo, acabou mais cedo do que devia. Os vereadores de oposição deram sequência à greve, abandonaram o plenário e impediram que os projetos fossem votados. Quando eles começaram a cruzar os braços, a reivindicação era pra que o prefeito Edson Periquito (PMDB) apresentasse uma proposta pros médicos grevistas da city. Agora que a dona justa obrigou os dotores a voltarem pro trampo, o berreiro dos edis é contra o plano de Cargos e Salários dos servidores que foi apresentado na câmara na última quarta-feira e deu o maior reboliço.
Funciona assim: pra que role a votação dos projetos de lei na casa do povo, é preciso ter pelo menos cinco parlamentares votantes presentes no plenário, o chamado quórum. Com a saída dos cinco vereadores ...
Funciona assim: pra que role a votação dos projetos de lei na casa do povo, é preciso ter pelo menos cinco parlamentares votantes presentes no plenário, o chamado quórum. Com a saída dos cinco vereadores da oposição, ficam apenas quatro edis que não podem dar o veredicto às proposições, já que o presidente do legislativo, Orlando Angioletti (DEM), não vota. Ou seja, cada vez que a bancada de oposição cruza os braços, empaca todo o trampo na câmara e os projetos sejam dos próprios edis, ou os enviados pela prefa ficam engavetados.
Até então não conhecíamos o plano, só reivindicávamos a situação dos médicos. Agora nossa luta é por todos, é pelo funcionalismo, comenta o líder dos vereadores grevistas, Claudir Maciel (PSD). Ele conta que, pra que os parlamentares voltem a dar quórum pras votações, o prefeito precisa rever o plano de Cargos e Salários e mandar um substitutivo. Eu não sei como ele vai fazer, o que não pode é deixar como está. A pressa é dele, lasca. O problema é que, ao invés de fazer alterações, Periquito marcou uma sessão extra pra hoje e colocou o plano na pauta de votações.
Mais um pra tchurma
No início eram cinco. Agora, Dão Koeddermann (PSD) se juntou aos vereadores grevistas. Apesar de ontem só aparecer na casa do povo às 19h37 quando o quinteto já tinha caído fora do plenário Dão se juntou a eles. E disse que agora pode contabilizá-lo como sendo o sexto da tchurma. Sou independente. E já disse que o que eu achar correto, voto favorável. Neste caso, acho que o plano tem que ser revisto, por isso me juntei a eles, justifica o ex-tucano.
Ficou, mas não discorda!
As gavetas da câmara devem estar lotadas de papélis esperando pra serem votados. Mas o presidente da casa não vai tomar nenhuma medida pra impedir a manifestação dos vereadores que estão trancando a pauta. Ao contrário. Angioletti diz que já apelou pra medidas parecidas em outras ocasiões e que a atitude dos parlamentares é uma jogada política válida. Na sessão de ontem, depois que Claudir anunciou na tribuna que os edis iriam sair do plenário pra impedir o andamento dos trâmites, Angioletti pegou o microfone. Ele não criticou os colegas, mas aproveitou a tribuna pra defender o plano de Cargos e Salários, tão criticado pela oposição.
Depois foram feitas as chamadas, como manda o figurino. Com a ausência dos seis, a sessão foi suspensa por três vezes. Na quarta chamada, foi tudo encerrado. Ontem, dinovo tava na pauta o orçamento da prefa pro ano que vem. Se o texto não for votado até o fim do ano, o preju pra city é de quase 100 milhões de reales. No entanto, Claudir garantiu que na extraordinária de hoje, ele e os demais vereadores vão descruzar os braços só pra aprovar a lei orçamentária. Depois, retornam ao protesto. E tudo volta a ficar empacado.