Uma família passou momentos de terror nas mãos de dois bandidos armados na noite de segunda-feira. A dupla invadiu a baia, que fica na rua José Pereira Liberato, no bairro São João, e fez nove reféns. Sete foram amarradas e duas, um casal de idosos, passaram o tempo todo sob a mira de um revólver. Um carro, joias, um notebook e documentos foram roubados. O carango foi encontrado mais tarde.
O assalto rolou por volta das 21h30. Tavam na casa a aposentada O.S.F., 77 anos, o marido, também idoso, seus cinco filhos, uma nora e uma neta de 14 anos. Todos assistiam televisão na sala, numa ...
O assalto rolou por volta das 21h30. Tavam na casa a aposentada O.S.F., 77 anos, o marido, também idoso, seus cinco filhos, uma nora e uma neta de 14 anos. Todos assistiam televisão na sala, numa buena, na casinha que fica na rua José Pereira Liberato. Os bandidos entraram tão silenciosamente que nem o cachorrinho da família latiu.
Pro pessoal da casa, os ladrões não esperavam ver tanta gente reunida. A impressão que deu é que tomaram um susto porque viram muita gente e dois homens, diz a professora E.L., 33, uma das filhas da dona da baia. No início a gente achou que era brincadeira, não conseguimos assimilar o que era, completa.
A dupla tava encapuzada e empunhava um revólver. Um dos bandidos era alto e claro. O outro era nanico e moreno e exibia duas armas: uma na mão e outra na cintura. Com exceção dos velhinhos que ficaram sentados no sofá com um revólver apontado para eles, o restante da família foi amarrada com lacres de plástico.
A casa foi toda revirada pelo bandido alto, enquanto o baixinho vigiava os reféns. A dupla metia pressão dizendo que queria ouro. Há sete anos eu vendia joias, mas hoje não trabalho mais com isso, conta dona O. , que chegou a passar mal na hora do atraque.
Os ladrões fugiram no carro de uma das filhas da velhinha, o Punto, placa MEG-0093 (Itajaí). Eles levaram joias e pertences das nove pessoas que tavam na casa. No carro ainda tinha um notebook, um celular e a bolsa de E. A dupla prometeu que abandonaria o carro a cerca de um quilômetro da casa e cumpriu a promessa. O carango foi deixado sem as chaves perto do clube Itamirim, na rua José Gall, no Dom Bosco.
Mãe e filha lembram os momentos de terror
Dona O., proprietária da casa assaltada, é hipertensa e só caminha com a ajuda de um andador. Mas nem por isso foi bem tratada pelos bandidos. Por duas vezes a senhorinha passou mal durante o assalto. Sua filha, a professora E., ficou sob a mira de um trabuco enquanto pegava os medicamentos pra coitada. Ela é hipertensa e tem arritmia. Teve que tomar o remédio, duas doses, mas o rapaz me seguia com a arma pra onde eu ia, Lembra E.
Vai ser difícil pra idosa esquecer os momentos de terror. Foi muito apavorante. Tenho 77 anos e nunca passei por isso na minha vida. Eu só pedia pra que se ele fosse matar alguém, que fosse eu porque meus filhos são novos. Tinha medo que ele atirasse em alguém ali na frente da gente, conta, ainda aflita. A gente mora aqui, vive aqui e nunca tivemos esse problema. Dá uma sensação de vazio, de invasão de privacidade desabafa.