Na sexta-feira, termina o prazo pra que as prefas de todo país repassem pro ministério do Desenvolvimento Social todas as informações dos novos cadastros, como mudança de endereço, atualização de renda ou mesmo se o número de pessoas na família que recebe o benefício cresceu ou diminuiu. Esse recadastramento é feito obrigatoriamente a cada dois anos. É por isso que o povão que marcou touca e não apresentou as informações deve correr até quinta-feira na prefa da sua cidade.
40 famílias perigando perder
Em Itajaí, 3329 famílias tão cadastradas no Bolsa Família. Desse total, umas 40 que começaram a receber o arrego em 2009 deram bobeira e não atenderam ao chamado da prefa pra fazer o recadastramento. Nós tomamos o cuidado de fazer o recadastramento todo ano e procurar essas famílias. Nesse caso, essas 40 famílias mudaram de endereço em Itajaí ou mesmo de cidade e por isso não foram encontradas, diz a educadora social Cínthia Floriano, que é quem roça a barriga no balcão da secretaria de Desenvolvimento Social da prefa pra atender o povão.
Cadastro do Loas também tem que ser feito até quinta
Além do Bolsa Família, também termina na sexta-feira o prazo pras prefas encaminharem a renovação de cadastro de quem recebe o tal do benefício de prestação continuada (BPC), que é um salário mínimo dado a idosos e pessoas com necessidades especiais que não conseguem trampar ou não tem ninguém pra ajudar na sua sobrevivência.
O povão costuma chamar o BPC de Loas, que é uma referência à lei orgânica da assistência social, que instituiu o benefício. Em Itajaí, cerca de 2,1 mil pessoas recebem todo mês a grana. Esse recadastramento é anual e o povão deve ir na secretaria de Desenvolvimento Social até amanhã, no máximo.
Tanto o Loas quando o bolsa família, se forem suspensos, podem dar ainda mais preju pra família, que também perde o direito a receber o arrego da tarifa social da Celesc.
Entenda o que é e como funciona o bolsa família
Combater a pobreza, dividir riqueza e garantir que a criançada cresça saudável e com educação. Este é o grande objetivo do programa Bolsa Família. Tem direito a receber o adjutório famílias que tenham renda de até R$ 140 por pessoa em casa. Mas a grana não vem de graça. É preciso manter os filhos na escola e sem faltar às aulas. Pra criançada de até seis aninhos, precisa ter o acompanhamento no postinho de saúde, com toda a vacinação em dia e controle de peso.
Quem anda nos trinques, recebe R$ 32 por criança com até cinco anos. Pros adolescentes entre 16 anos e 17 a ajuda é de 38 pilas. Pras famílias consideradas de extrema pobreza, que tem renda de até R$ 70 por pessoa em casa, o governo ainda libera outros 70 contos.
Idosos que não tenham renda e mesmo não tendo filhos também podem ser beneficiados pelo programa. Nesse caso, ganham R$ 70.
Uma penca de filhos, meio pulmão funcionando e muita disciplina pra garantir a ajudinha
Mais de 3000 tão no programa em Itajaí
Fome é uma palavra que a dona de casa Cláudia Regina Ventura, 40 anos, de Itajaí, conheceu bem. Antes de receber a ajuda do Bolsa Família a nossa principal dificuldade era pra comprar alimento, pra comprar comida, diz a mulher, que há seis anos entrou pro programa do governo federal e deixou pra trás a amargura de não ter o que botar na mesa pros sete filhos.
Dona Cláudia é uma das primeiras a ser beneficiada em Itajaí com o Bolsa Família e também um exemplo de mulher de fibra. Mesmo com a saúde debilitada, é uma das mais disciplinadas quando o assunto é recadastramento. Jamais deixou de comprovar pra prefa a renda e a quantidade de gente que ainda mora no casinha de numero 008 da rua Ananias Caetano da Silva, na Vila da Miséria, região da Murta, no bairro Cordeiros.
A comprovação de que cuida da saúde e da educação da filharada também é algo que dona Claúdia não descuida pra continuar ganhando os R$ 230 de ajuda mensal. E ela sabe muito bem o que fazer. Os filhos não podem faltar na escola, tem que levar no postinho de saúde, tem que pesar eles. Ah! Ea nota na escola também tem que tá boa, dispara, listando seus deveres. Os filhos têm quatro, sete, 13, 14, 16, 17 e 19 anos.
A família vive da reciclagem. O marido é carroceiro. Dona Cláudia não pode trabalhar. Lhe resta apenas metade de um pulmão. Por isso, além do Bolsa Família também conseguiu ser contemplada pelo benefício da prestação continuada (BPC), a grana do Loas, que lhe rende mais um salário mínimo por mês.
Ela nem pensa duas vezes quando perguntada o que acha de quem fala mal do programa. Quem critica o Bolsa Família é porque fala demais e tá de barriga cheia, alfineta, completando: E o governo tem que cuidar das crianças, tem que dar valor pras crianças e pro futuro delas.
Como e onde fazer o recadastramento
Como tá em cima da hora, o recadastramento tem que ser feito direto na secretaria de Desenvolvimento Social da prefa de Itajaí, que fica na rua Brusque, 257, no centro da cidade. Basta chegar lá e pedir pra falar com a Cínthia do setor de Bolsa Família. Ela também faz o recadastramento do Loas.
Tem que levar carteira de identidade, número de CPF, carteira de trabalho e título de eleitor de quem é dimaior na família. Pra criançada pode ser a carteira de identidade ou a certidão de nascimento, além do atesto de freqüência escolar. Também é preciso estar com a conta de luz em mãos, que é o único comprovante de residência que é aceito.