É um misto de tristeza, alegria e alívio. Foi o que disse ontem à noitinha a empresária Adriana Bonadiman, 39 anos, de Penha, assim que soube da prisão do tarado e ex-empregado Walber Couttinho, 33 anos. O rapaz, que foi condenado por tentar estuprar a filha de Adriana, espancado o sobrinho dela e ainda de ter ateado fogo no restaurante da família das vítimas, na Penha, foi preso na tarde de ontem. Walber até negou a autoria do princípio de incêndio, que rolou no final de semana, mas o rosto avermelhado sugerindo queimaduras e documentos pessoais chamuscados levam a polícia a acreditar que ele seja mesmo o incendiário.
Walber tava foragido. Foi guentado depois que o agente Allan Coelho, responsável pela depê de Penha, recebeu a denúncia de que o fugitivo tava mocosado na casa do irmão, na praia Alegre. Compartilhei ...
Walber tava foragido. Foi guentado depois que o agente Allan Coelho, responsável pela depê de Penha, recebeu a denúncia de que o fugitivo tava mocosado na casa do irmão, na praia Alegre. Compartilhei a capa do DIARINHO na internet. Como tinha a foto dele, muitas pessoas também compartilharam e uma ligou dizendo onde ele estava. A informação apontava ainda que ele tava pensando em se entregar, mas a gente não quis dar moleza, disse o policial.
Quando recebeu a informação, o tira, acompanhado de mais um policial civil e de um militar, foi até a casa onde tava o tarado, na praia Alegre. Walber foi levado pra depê da Capital do Marisco e negou qualquer participação na tentativa de incêndio no restaurante da família da comerciante, que rolou na madruga de domingo.
Mas a história não convenceu os policiais. Primeiro, porque os documentos pessoais do fugitivo tavam queimados. Além disso, o rosto dele estava avermelhado e não é do sol, completou o chefão da depê da Penha. Ele afirmou que queimou os documentos em um acesso de raiva e que o irmão tava de prova. A história é estranha, mas vamos investigar pra ver, completou Allan.
Welber foi condenado a três anos e oito meses por estupro de vulnerável e um ano pelo espancamento de uma criança. Ele tava cumprindo a pena em regime semi-aberto, ou seja, teria que dormir na unidade Prisional Avançada (UPA) da Barra Velha. Mas não aparecia por lá desde quarta-feira da semana passada.
Prisão foi um alívio
Ontem, quando recebeu a notícia de que Walber tá preso, Adriana voltou a respirar aliviada. Contei pra minha filha e pro meu filho e eles ficaram felizes. Disseram que iam poder andar de bicicleta e jogar bola, disse a empresária. E desabafou: Você não tem noção do que é a filha poder comemorar que vai poder ficar com a janela de casa aberta. Ainda não falei com meu sobrinho, mas vou contar quando ele chegar da escola. Estamos aliviados, comemorou.
O crime praticado pelo ex-funcionário do restaurante Praia Alegre contra a filha de 13 anos de Adriana e o sobrinho de nove aconteceu em 18 de fevereiro do ano passado. Walber tinha saído com os patrões e mais uma amiga para ir num bailão. No meio da madruga, disse que teria que resolver algo. Aproveitou que as crianças tavam sozinhas em casa e tentou o estupro. Como o priminho da menina começou a gritar, ele o espancou violentamente. A criança desmaiou de tanto apanhar e ele pensou que ela tinha morrido, por isso fugiu.
Adriana diz que decidiu tornar a tragédia pública por medo. A matéria foi publicada ontem no DIARINHO e também nas redes sociais. Minha filha sofreu muito ao ter nossa vida exposta. Mas à tarde, quando ele foi preso, ela entendeu minha decisão. Só assim ele voltou pra trás das grades, argumentou a empresária. Tenho certeza que foi ele quem botou fogo no nosso restaurante e sei que faria coisa pior. É triste ficar feliz por alguém estar preso, mas a gente está aliviado.