Três mil e seiscentos reais. Este foi o valor acertado pra que uma garota de Camboriú entregasse sua filha recém-nascida pra um casal do Paraná. A mãe biológica, Jenifer Costa Capistrano, 18 anos, é quem tá sendo acusada de negociar a venda do anjinho, que ontem completou três meses de idade. O valor foi repassado em parcelas durante seis meses. Na segunda-feira à tarde, o bebê foi resgatado em Palmas/PR, cidade que fica a 500 quilômetros de Camboriú, por agentes da divisão de Investigação Criminal (DIC) do Balneário Camboriú e pelo pessoal do núcleo de Prevenção às Drogas e à Pedofilia do conselho Tutelar da Capital da Pedra.

A família de classe média daquela cidade do oeste do Paraná foi pega de surpresa pela equipe que investigava o caso de tráfico de criança há um mês. Ao chegar na casa com um mandado de busca e apreensão expedido pela dona justa de Camboriú, os agentes encontraram a menina bem cuidada e recebendo todos os mimos de uma mãe que não podia ter filhos. Pra polícia, Ana Cláudia Schneider, 25, comprou a criança ao invés de adotá-la por meios legais.

A adoção à brasileira, como é apelidado esse tipo de crime, foi intermediada por Leoci Padilha, 40, moradora do Balneário Camboriú e cunhada de Ana Cláudia. Ela ficou sabendo que Jenifer não queria o bebê e pensava em abortar. Ainda envolvido na história tava Jeferson de Alalanna, 25, irmão de Loeci e marido de Ana Cláudia, que chegou a registrar o anjinho como sua filha.

A negociação criminosa começou no terceiro mês de gravidez e a proposta oferecida pelo casal era que a mãe teria todas as despesas pagas durante a gestação. Foram seis depósitos de R$ 600 no total, segundo apurou a polícia. Mas Jenifer diz que não recebeu mais que R$ 450 por mês.