De saco cheio com o salário que consideram baixo e com as condições precárias de trampo, os carteiros catarinas aderiram ao beicinho nacional e entraram em greve. De acordo com o dirigente do sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina, Josiel Reis, 30% do efetivo tá de braços cruzados. A direção dos Correios informa que em Itajaí, 42 dos 104 carteiros tão em greve. Em Balneário Camboriú ninguém aderiu ao beicinho.
Os carteiros tão divididos em duas federações. A primeira, que abrange outros estados brazucas, iniciou a paralisação no dia 11 de setembro e voltou a trampar dois dias depois. Já os carteiros catarinas ...
Os carteiros tão divididos em duas federações. A primeira, que abrange outros estados brazucas, iniciou a paralisação no dia 11 de setembro e voltou a trampar dois dias depois. Já os carteiros catarinas, ligados à federação dos Empregados dos Correios (Fentec), iniciaram o beicinho quarta-feira.
Segundo Reis, o que mais deixou os funcionários fulos da vida foi a empresa ter protocolado o dissídio de 6,27% no Tribunal Superior do Trabalho (TST) antes do início da greve. Ele mandaram a nossa causa direto pra Justiça, sem negociar com a gente, esbraveja.
Os carteiros reivindicam R$ 200 de aumento nos salários, manutenção do plano de saúde, 20% de reposição de perdas salariais, mais a inflação do período, que é de 7,13%, além de outros 15% de ganho real e a contratação de mais funcionários. Eles também querem que as entregas sejam feitas apenas no período da manhã. Na verdade, isso tudo é negociável, diz Reis.
Enquanto o dissídio rola na dona justa, os Correios propuseram 8% de aumento nos salários, reajuste de 6,27% nos benefícios, e vale-extra no valor de R$ 650,65.
De acordo com nota emitida pela direção regional da empresa, os Correios já teriam assegurado aos sindicatos que os atuais direitos em relação ao plano de saúde tão garantidos. Não haverá nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados, diz o texto.
A nota também diz que a empresa tá preparando um novo concurso público e avalia estender os testes de entrega matutina, que atualmente rolam em três estados. Pra evitar atrasos nas entregas, funcionários tão sendo realocados e vão rolar mutirões de triagens das correspondências.
Greve atrasa entrega
Enquanto a versão oficial da empresa é de que não rolam atrasos, o carteiro peixeiro Marcos Aurélio Mateus, 32 anos, diz que o povão já vai ter carta atrasada. O motivo seria a greve nacional que rolou na semana passada. É uma cadeia, afeta a todos, explica.
Carteiro há 12 anos, Marcos diz que vai manter o beicinho não só porque considera o salário uma merreca, mas porque as condições de trabalho são precárias. Temos o pior salário entre os funcionários públicos. Temos metas a cumprir, mas não temos gente suficiente pra isso, reclama.