O Ministério Público de Barra Velha continua apurando as denúncias feitas pela ONG Barra Limpa (Obal) com relação a processos licitatórios da prefa. A promotora Tehane Tavares Fenner instaurou um inquérito e o MP tá fazendo o levantamento dos papélis com as otoridades envolvidas. A dotora passou toda a tarde de ontem em audiência mas, através de sua assessoria, explica que pode levar até um ano pra que o inquérito seja concluído e uma ação civil pública possa rolar de fato.

A Obal cita nove processos feitos pela administração municipal e aponta possíveis irregularidades como preços combinados e prazos incorretos, com maior destaque para o processo de aquisição de equipamentos de informática. Carlos Roberto Mendes Ribeiro, presidente da ONG, explica que os documentos apresentam contradições nos prazos, na relação entre as empresas participantes e nos valores que seriam superiores aos praticados pelo mercado.

Ribeiro foi atrás do MP pra saber como anda o inquérito e acredita que a quantidade de coisas erradas é muito significativa. “Nós encaminhamos 70 páginas para o MP com levantamentos sobre todos esses processos licitatórios”, conta o presidente da Obal. Segundo o bagrão, tudo isso pode sobrar pro prefeito Claudemir Matias (PSB) e para os vereadores que estariam sendo omissos diante de tantas irregularidades.

A reportagem não conseguiu ouvir o prefeito Claudemir até o fechamento desta edição. Porém o alcaide, em entrevista recente concedida ao DIARINHO, disse que tá tranquilo porque é uma pessoa de “papo reto”, e que inclusive abriu as contas da prefeitura pra Obal dar uma fuçada.

Equipamentos de informática

Depois de fazer um pente-fino em licitações feitas no início do ano, a Obal encontrou indícios de irregularidades na compra de equipamentos de informática. Os documentos analisados fazem menção de exclusão de uma empresa que participou do cálculo dos preços através de orçamento, porém nenhuma outra documentação foi encontrada na pasta relativa a esta licitação.

A Obal também denunciou outras supostas irregularidades noprocesso licitatório e aponta que, na análise dos preços orçados e propostos, existem indícios de combinação previa dos preços por causa da diferença mínima entre as concorrentes.

Obal

A ONG Barra Limpa surgiu em 2008, na época da campanha eleitoral, mas só foi de fato oficializada em janeiro de 2009. Inspirada em uma ONG de São Paulo, a entidade acompanha as contas públicas da Capital do Pirão, ficando de olho nas licitações e na aplicação dos recursos da prefeitura.

A entidade faz reuniões mensais, numa apresentação dos trabalhos desenvolvidos ao longo do mês. “Eu considero que a nossa maior conquistas é termos despertado a preocupação das pessoas com a aplicação do dinheiro público”, sigaba Mendes Ribeiro.