A aposentada Carmelita Santos, 65 anos, tá desesperada. A filha dela, Adriana Duro, 39 anos, que sofre de problemas emocionais não ficou internada no hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, como a mãe queria. A moça recebeu atendimento e se mandou, mas Carmelita acha que a filha deveria ter sido encaminhada a uma clínica psquiátrica. Justificaram que ela tá apenas alterada, que não é doente. Mas tenho medo que ela faça uma besteira, adesabafa. Adriana, segundo a mãe, foi interditada pela dona justa há 13 anos, após ser diagnosticada com esquizofrenia.
A história da suposta fuga do hospital foi publicada pelo DIARINHO na edição de sexta-feira. Foi a mãe quem levou a filha ao hospital, no início da tarde de quinta-feira, quando a moça teve um surto ...
A história da suposta fuga do hospital foi publicada pelo DIARINHO na edição de sexta-feira. Foi a mãe quem levou a filha ao hospital, no início da tarde de quinta-feira, quando a moça teve um surto dentro de casa. A aposentada aguardava que ela fosse medicada e internada, mas diz que a moça se mandou do hospital e ninguém fez nada pra impedir. Instantes antes, ela havia arrancado a medicação que recebia na veia. Eu gritei pra ela que ia abrir o carro pra irmos embora, e ela disse: Que carro, coisa nenhuma, conta.
Enquanto a filha corria pelos corredores, dona Carmelita berrava desesperadamente pra alguém no hospital contê-la. Foi inútil. Eles disseram que o enfermeiro tava na hora do intervalo. Não fizeram nada, acusa.
Adriana foi alcançada pela própria Carmelita ainda dentro do Ruth Cardoso e levada de volta pra casa. A aposentada saiu de lá cabreira, não só pela fuga, mas pelaos diagnósticos dos sabichões que atenderam Adriana. Disseram que ela não tinha surto nenhum, que tava só alterada, revela.
Mãe de duas meninas, uma de 15 e outra de 17 anos, Adriana foi diagnosticada com esquizofrenia logo após a primeira gravidez, quando teve depressão pós-parto. De lá pra cá, foram 11 internações, todas no centro de psiquiatria Instituto São José, na grande Floripa. Segundo a mãe, pra piorar, a doença tá associada a um transtorno bipolar. Quando ela tá fora de si, me considera uma espécie de monstro. Isso porque eu sou a única pessoa que cuida dela.
Sexta-feira cedo, às 6h da matina, a moça já tinha saído de casa de novo. Segundo a mãe, disse que ia se casar. Nesse dia, como na maioria das vezes em que perde o controle de si, Adriana não tomou o medicamento diário pra controlar os nervos. Eu tenho medo que ela morra por aí. Que um carro pegue ela na rua, ou ela faça alguma besteira. Não sei mais o que fazer da vida, desabafou Carmelita.
Em nota, o hospital informou que Adriana não fugiu do local, pois estava na companhia da mãe. De acordo com a Dauni Leontina, gerente de enfermagem da unidade, a moça não tava internada. A paciente solicitou comida e só queria dormir um pouco. Não estava internada, somente em observação, justifica a chefona.
Ainda de acordo com Dauni, Adriana não apresentava estado de surto quando foi atendida no hospital, motivo pelo qual foi negada a solicitação de internação no instituto Psiquiátrico da Colônia Santana (IPQ), em Florianópolis. A internação no IPQ é somente para pacientes em surto. Os profissionais a consideram doente, mas, no momento, não necessitava de uma internação psiquiátrica, acrescenta.