Um passeio em família que vira transtorno na saída. Essa é a realidade de muito turista que vai ao parque Beto Carrero World, na Penha, e escolhe a SC-474/II, mais conhecida como Transbeto, pra chegar à BR-101. Com o asfalto parecendo um queijo suíço, os carangos acabam com pneus furados, suspensão detonada e outros prejus.
Diogo Hasse Weidle, diretor da empresa de Navegação Santa Catarina, dona dos ferris, passa pela rodovia todos os dias e diz que sabe de cor onde tá cada buraco. Ele cansa de ver possantes no acostamento ...
Diogo Hasse Weidle, diretor da empresa de Navegação Santa Catarina, dona dos ferris, passa pela rodovia todos os dias e diz que sabe de cor onde tá cada buraco. Ele cansa de ver possantes no acostamento esperando por guincho ou gente trocando pneu na beira da estrada. Chega a dar uma revolta na gente, desabafa.
Pra bagrão do ferri-bote, a cada chuva a rodovia fica pior. Saiu todo o asfalto, tá no pedregulho debaixo, reclama. Ele acredita que um agravante é o fato de pessoas de diferentes cidades passarem por ali diariamente. Quem é da região, afirma, se vira e chama o guincho. O que dá dó é família que vem de longe. Vai pra casa como?, questiona.
O mecânico Nilson Lopes, 33 anos, de Blumenau, foi passear na Mariscolândia com a família há duas semanas e por muito pouco silivrou dum baita acidente. Nilson levou mó cagaço quando o carro dele começou a dançar na pista depois de desviar dum buracão e parar no acostamento, detonando com duas rodas. Ele tava com a esposa e os dois filhos pequenos no possante. Felizmente, ninguém se feriu. O mecânico, que tava puto com a situação, ficou ainda mais revoltado quando percebeu que outros cinco carros tavam parados ali pertinho e que os motoras passaram pelo mesmo perrengue. Ainda bem que meu carro tem controle de tração e anticapotamento, isso diminuiu a possibilidade de ir pro barranco, diz.
Nilson usou o estepe pra substituir o pneu mais estropiado e dirigiu até um posto de gasolina com um pneu murcho. Por conta disso, não precisou chamar o guincho. O prejuízo do mecânico foi de R$ 2 mil. No dia seguinte ao acidente, já em Blumenau, Nilson conta que apareceu um cliente na oficina dele também com carango detonado por causa da Transbeto.
Garibada deve rolar na segunda quinzena
Claudir Maciel, chefão da secretaria de Desenvolvimento Regional de Itajaí (SDR), assinou segunda-feira levantamento de custos das obras paliativas pra tapar os buracos nos 16 quilômetros (ida e frida) da Transbeto. A intenção é quebrar um galho enquanto não sai a revitalização da estrada, obra de R$ 2,5 milhões tocada pelo departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), sem previsão de início. Se tudo der certo, segundo o abobrão estadual, dentro de 15 dias o processo licitatório deve estar concluído e a garibadinha começa. A verba pro trampo é de 170 mil reales.
De acordo com a assessoria de imprensa do Beto Carrero, o parque não tem responsabilidade sobre a manutenção da rodovia. Mas por também receberem reclamações sobre o estado da SC, representantes do centro de diversões se reuniram com chefões do Deinfra e com o prefeito Evandro Eredes dos Navegantes no último dia 19 pra discutir melhorias pra estrada. A prefa, como adiantou o abobrão-mor da Terra do Marisco, tá doidinha pra municipalizar a Transbeto.