Itajaí

Tartarugas presas em rede de pesca escapam da morte por pouco

Uma rede de pesca irregular e três tartarugas marinhas nadando pela praia Alegre, em Penha. O resultado seria trágico se o empresário Mateus Lima Verde, 37 anos, não tivesse cortado a rede que enforcava os animais. Ele tentou denunciar o caso ao Ibama, responsável pelas fiscalizações, mas o órgão confessou que não consegue bizolhar todo o litoral.

As redes na praia Alegre avançam 200 metros mar adentro. Enquanto andava de jet ski com os amigos no domingo de manhã, Mateus encontrou as tartarugas presas a uma rede do tipo feiticeira: são três ...

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As redes na praia Alegre avançam 200 metros mar adentro. Enquanto andava de jet ski com os amigos no domingo de manhã, Mateus encontrou as tartarugas presas a uma rede do tipo feiticeira: são três malhas bem fechadas, que não deixam escapar nem mesmo peixes pequenos. Para salvar as verdinhas, um dos caras desceu na praia, pegou uma faca e voltou ao mar. Eles cortaram a rede e conseguiram soltar as tartarugas, ainda com vida, bem longe da rede.

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Mateus ficou revoltado. Ele diz que essas redes ficam na praia todos os dias, por isso muitos animais marinhos vão morrer nas águas da Capital do Marisco. “Quando os pescadores puxam as redes, eles não estão preocupados se tem algum bicho preso. Puxam e depois matam tudo. Tu achas que eles vão devolver pro mar? Mesmo se ainda for capturado com vida?”, carca.

Para o empresário, que mora em Piçarras, o pior de tudo é o descaso dos órgãos públicos. Se os animais estivessem feridos, ele não saberia a quem recorrer. “Liguei para o Ibama, mas me disseram que esse assunto não era com eles. E agora, o que a gente faz?”, questiona. Ele só conseguiu denunciar o caso para o Ibama na quarta-feira, porque antes disso ninguém queria assumir a responsabilidade.

De acordo com o chefe de fiscalizações do Ibama em Itajaí, Alvino Pereira, a sede da city peixeira é responsável por 35 municípios e não tem sequer uma lancha para trampar. Por isso, as fiscalizações da pesca não são frequentes, só rolam com programação antecipada. “Nós não temos recursos humanos nem materiais para verificar uma denúncia”, alega. Ainda assim, Alvino diz que vale a pena denunciar. O choramingo vira um dado a ser avaliado antes da programação das operações.

Caso alguém encontre tartarugas feridas, pode berrar com mais chance de sucesso para o Projeto Tamar, em Itajaí. A instituição, vinculada ao ministério do Meio Ambiente, não faz fiscalização, mas trabalha especificamente com pesca oceânica, conscientização e resgate de tartarugas encalhadas. De acordo com o coordenador do projeto na city peixeira, Luiz Maçaneiro, basta ligar para o plantão do Tamar e solicitar o socorro, quando preciso, no (47) 9195-6231.

Durante os dias de semana, o laboratório de Recuperação de Mamíferos e Aves Marinhas da Univali, em Penha, também presta esse serviço. Eles não resgatam os animais, mas têm estrutura para receber os bichinhos e cuidar deles. O laboratório atende pelo telefone (47) 3345-5980.

Redes fixas tão proibidas

“Infelizmente, na prática, a gente não tem a quem recorrer”, lamenta o oceanógrafo e coordenador do laboratório de Recuperação de Aves Marinhas da Univali, Gilberto Caetano Manzoni. Apesar de não existir quem fiscalize, a portaria 54/1999 do Ibama proíbe no litoral catarinense a utilização de redes de emalhar fixas, com fixação através de âncoras, sacos de pedras e poitas.

Gilberto diz que as instituições não querem se responsabilizar: sempre alegam falta de estrutura, fazem vista grossa. “O Brasil cria leis, uma série de leis importantes para o meio ambiente, mas para elas funcionarem em níveis de fiscalização, há uma deficiência muito grande”, opina.

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