Pedro Ghislandi sempre foi um homem generoso. Ao longo de 88 anos, não se cansou de compartilhar seus conhecimentos. Formou gente que hoje é médico, engenheiro, jornalista, prefeito, vereador, pedreiro, dona de casa. Entregou-se de corpo e alma à educação do povo peixeiro. Entregou-se e se deixou levar. Na madrugada de sexta-feira, o professor morreu em Itajaí. O corpo foi sepultado ontem à tarde no cemitério Metropolitano do Gravatá, em Navega.
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Professor de latim, francês, história e geografia, que se chamava Pedro, dedicou-se mesmo foi ao português. Fissurado por hífen, acento e conjugações, ele arrancou o couro da galera da redação do ...
Professor de latim, francês, história e geografia, que se chamava Pedro, dedicou-se mesmo foi ao português. Fissurado por hífen, acento e conjugações, ele arrancou o couro da galera da redação do DIARINHO no tempo em que foi revisor, já no final da carreira. Nas salas de aula, por três décadas trampou no colégio Salesiano peixeiro. Passou também pelo extinto colégio Morisco e marcou a história do Fayal, Nilton Kucker e Pedro Paulo Phillipi.
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Natural de Nova Veneza, no sul da Santa & Bela, Pedro veio para Itajaí aos 29 anos, onde constituiu família, educou os filhos Emerson, Paulo e Margarete, e viu crescer nove netos. Mesmo aos 80 e poucos anos, mantinha a vida intelectual ativa. A pé, ia do São Viça ao centro buscar livros na biblioteca pública. No entanto, Pedro foi hospitalizado no final da tarde de quarta-feira com pneumonia. Ele resistiu por um dia e meio, mas o forte resfriado acabou roubando a vida do velho professor. O homem que fez história e marcou gerações peixeiras deu seu último suspiro na madrugada de sexta-feira.
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