O argentino estava com outros quatro amigos botando sal na sobrancelha no final da tarde de ontem quando o grupo caiu em uma corrente de retorno e se ferrou. Três deles conseguiram sair do repuxo, mas Octávio não teve a mesma sorte e se afogou no mar, bem em frente à rua 3100. Os amigos hermanos ainda tentaram ajudar, correndo até os guarda-vidas mais próximos, em frente à rua 2700. Mas tudo em vão. Quando os vermelhinhos chegaram ao local, Octávio já tinha afundado.
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Os salva-vidas, dois argentinos, por coincidência, ainda fizeram buscas, mergulharam, mas não encontraram o rapaz, conta o sargento João Carlos Muniz de Melo. O corpo do gringo boiou cerca de uma hora depois do afogamento.
Essa não foi a primeira morte por afogamento do ano, mas foi a primeira desde que começou parcialmente a Operação Veraneio, no dia 5 de outubro. Desde então, 15 vermelhinhos trampam nos cinco postos fixos da praia Central e na barraquinha da praia do Buraco, também na Maravilha do Atlântico. O número de profissionais durante a pré-temporada corresponde a praticamente um terço do efetivo que trampa no verão.
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Além de menos efetivo, o problema maior é que dos sete quilômetros da praia Central, 2,8 km, na Barra Sul, ficam totalmente desguarnecidos. O comandante do corpo de Bombeiros de Balneário Camboriú, capitão Deivid Vidal, diz que o que rolou foi uma fatalidade. Ele recomenda que os turistas procurem se banhar perto dos postos de guarda-vidas. Ele garante que um posto móvel vai ser instalado na Barra Sul até o final de novembro e que, por enquanto, o local recebe rondas constantes.
À medida que há um movimento maior, vamos ativando os postos nos locais que apresentem maior risco de afogamento, explica o capitão. A praia de Laranjeiras também vai ganhar um posto salva-vidas móvel nesta temporada. Apesar de ser baita movimentada, com restaurante, acesso ao bondinho do Unipraias e o escambau, Laranjeiras nunca teve um guarda-vidas sequer.
Segundo o capitão Vidal, a cada ano aumenta o número de profissionais que garantem a segurança dos banhistas na Maravilha do Atlântico. No ano passado, tínhamos 44. Neste ano, teremos cerca de 50, explica. O capitão defende, ainda, que o povão fique mais ligado e não se arrisque no mar, mesmo com os guarda-vidas por perto.
De acordo com a assessoria de imprensa do comando dos vermelhinhos, na temporada passada 67 pessoas morreram afogadas na Santa & Bela, 10 delas nas fuças dos guarda-vidas. Mas a grande maioria, 57, foi em locais onde não existe posto ou em horário em que eles não estavam trabalhando. Das 57 mortes em locais não monitorados, 22 foram em praias.
Na região, uma pessoa morreu afogada em Cabeçudas no dia 11 de novembro do ano passado. O corpo foi encontrado dois dias depois na praia da Atalaia. Rolou, ainda, um afogamento em Navega, três em Bombinhas, dois em Barra Velha, e uma morte na Penha. A Operação Veraneio começa pra valer no dia 18 de dezembro.
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