Edson Camargo de Oliveira, 21 anos, achou que estivesse livre. Havia se passado mais de 20 horas desde que ele e um comparsa assaltaram e renderam uma família numa casa da estrada geral do Rio Peixe, em Luís Alves. Sem suspeitar que mesmo após tanto tempo os fardados estariam em seu encalço, ele pegou a bicicleta, saiu do meio do mato onde estava escondido todo aquele tempo e pedalou em direção à casa da mãe, pela rodovoia SC 114. Se deu mal. Minutos depois de colocar os pneus da zica no asfalto, levou o teje-preso da polícia Militar. Depois de resistir à prisão, jogar a magrela em cima da baratinha da PM e acabar baleado na perna por um tiro de borracha, o assaltante foi finalmente algemado, às 23h de quarta-feira. O comparsa, Márcio Melo, 28, já estava na gaiola desde o início da tarde.
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Foi quase um dia inteiro de buscas e de muita paciência para que a PM de Luís Alves conseguisse prender o ladrão, caçado por conta de um assalto à residência na estrada geral do Rio do Peixe. Era ...
Foi quase um dia inteiro de buscas e de muita paciência para que a PM de Luís Alves conseguisse prender o ladrão, caçado por conta de um assalto à residência na estrada geral do Rio do Peixe. Era por volta das 2h da madruga quando Edson e Márcio arrombaram com chutes a porta da frente da baia de Leopolda Bona, de 82 anos. Na casa ainda estavam o netinho de 13 anos de dona Leopolda e o filho Aristides, 47, que cultiva bananas e foi o primeiro a ser rendido pelos assaltantes.
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Armados com um revólver e um facão, os bandidos não tiveram dificuldade em dominar a família de agricultores. Sem escrúpulos, para acordar e tirar a idosa da cama a puxaram violentamente para o chão. Dona Leopolda, além de machucar os cotovelos, teve uma crise de hipertensão. O guri de 13 anos foi acordado logo em seguida. Todo mundo acabou amarrado no banheiro.
Os bandidos reviraram a casa atrás de um cofre que acreditavam haver por lá. Como não encontraram, tomaram um relógio antigo, um aparelho de DVD, um receptador de parabólica e mais 500 reais em grana. Por pura maldade, os assaltantes ainda quebraram alguns móveis da casa. Edson e Márcio também teriam feito ameaças à família. Caso a polícia fosse chamada, disseram que voltariam para matar os três.
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A ação do bandidos levou cerca de meia hora. Assim que perceberam que os assaltantes tinham deixado a casa, eles se desamarraram e ligaram pra PM. Aí a caçada começou.
Povão ajudou a polícia nas buscas
Segundo o soldado da PM, Inácio de Sousa, que participou da caçada aos assaltantes, já havia a suspeita de que os dois trocariam os objetos do assalto por drogas. Por isso, os pontos suspeitos de serem bocas passaram a ser monitorados. Foi assim que, às 14h de quarta-feira, a PM prendeu o primeiro assaltante. Márcio estava numa boca de fumo da própria estrada geral do Rio do Peixe. Levava o relógio da marca Seiko roubado da casa da família Bona. Ele admitiu o assalto, mas não revelou onde estava o comparsa.
De acordo com o soldado Inácio, os fardados foram em cinco casas onde Edson poderia estar escondido, mas ele não foi localizado. A polícia Militar só conseguiu chegar ao paradeiro de Edson com a ajuda do povão. Através de denúncias, os fardados descobriram que ele se escondeu num matagal próximo à Igreja Católica da SC 114, assim que soube da prisão do companheiro de crime.
Persistentes, os PMs foram até o local e esperaram que Edson saísse do esconderijo. Para não alarmar o assaltante, os fardados se aproximaram. Assim que o bandido colocou os pés no asfalto com sua zica, recebeu o teje-preso. Não descansamos enquanto não tiramos os bandidos de circulação, afirmou o soldado, 20 horas depois de ter começado a caçada.
Edson e Márcio são apontados como os autores de quatro assaltos a residências no interior da Capital da Cachaça, entre julho e quarta-feira desta semana. No ataque à família Bona, disseram à polícia que achavam que só a velhinha de 82 anos estivesse na baia.
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