Seiscentos e sessenta e oito quilômetros. Essa foi a distância que dezenas de pessoas da pequena Anchieta (6322 habitantes), no Oeste da Santa & Bela, fizeram pra chegar na city peixeira. O motivo: a 28ª edição dos Jogos do Judiciário Catarinense, que começaram na quinta-feira, em Itajaí, e chegaram ao fim ontem. A competição teve 20 modalidades e trouxe cerca de 800 atletas entre advogados, juízes, oficiais de justiça, técnicos, estagiários, parentes, etc. Entre as modalidades do último dia estava o futebol suíço, que rolou em dois campos montados no enlamaçado gramado do Gigantão das Avenidas. Só nessa modalidade foram inscritas 21 equipes.
Domingo foi dia de decisão na lama, isto é, no campo. Na semifinal teve clássico do Oeste. A turma da comarca de Anchieta enfrentou o pessoal de Modelo, que fica ali perto. E foi um jogo difícil ...
Domingo foi dia de decisão na lama, isto é, no campo. Na semifinal teve clássico do Oeste. A turma da comarca de Anchieta enfrentou o pessoal de Modelo, que fica ali perto. E foi um jogo difícil, vencido por Anchieta por 1 a 0, com gol de cabeça. Tô aqui desde quarta-feira, a gente veio em excursão. É legal. Mostrar que tem bons jogadores no Oeste e fazer com que as cidades do litoral nos conheçam, comentou Maurício Gehlen, 27 anos, depois da partida. Ele é zagueiro do time finalista e fora dos jogos, assessor de gabinete em Maravilha, também no Oeste. Gehlen já tinha disputado os jogos por São Miguel do Oeste e, esse ano, representando Anchieta, deu o título pra cidade no truco em dupla com o juiz de direito Márcio Cristofolini.
Pro oficial de justiça peixeiro Jamir Victorini Júnior, 33, os jogos são uma oportunidade de reunir toda a galera que trabalha no judiciário catarina. É uma grande confraternização onde todo mundo vem com as famílias, disse o atacante do Itajaí A, que fez a disputa do terceiro lugar contra Modelo. Jogador de futebol desde criança, com passagens pelos campeonatos da Argentina e do Japão, Jamir Júnior viu um problema no joelho encerrar sua carreira aos 21 anos. Então eu decidi fazer concurso público e me tornar um oficial, conta. Ele ainda disputou o pôquer e foi campeão no frescobol.
Quem também foi em peso pro futebol suíço foi a turma do Tribunal de Justiça. Eram quatro equipes e foi o time D que atropelou todo mundo, chegando na final sem perder nenhuma partida. Tomamos dois gols, todos de pênalti, comentou antes da final o meia Eduardo Zorzi, 27, apontado pelos amigos como craque do time. Eduardo foi um dos que entraram na competição como dependente. Filho do diretor de material e patrimônio do TJ, Etor Zorzi, o jovem tinha seis gols na competição até o momento, dividindo artilharia com o companheiro de equipe Rodrigo. Primeira vez que tô jogando o futebol. Nós somos tricampeões no futsal, lembra. Não é muito nossa praia, o nosso time é mais rápido e o campo também não ajuda, mas estamos indo bem.
Com torcida e tudo
O futebol teve direito a torcida com bandeiras e instrumentos musicais. Também no domingo rolaram modalidades como corrida rústica, canastra, caxeta, sinuca e xadrez. Também pra fãs de futebol, a competição tinha pebolim, futebol virtual, futsal aberto e futsal máster. Os jogos têm como parceiro o Sesi, que ajuda na parte de organização dos jogos e arbitragem, menos no futebol e futsal, onde a arbitragem foi cedida pela associação dos Clubes de Futebol Amador de Itajaí (ACFAI). O árbitro Hilton José de Moura garante que é muito mais tranquilo que apitar amador. O pessoal é bem mais tranquilo e disciplinado, ninguém fica enchendo o saco, afirma o ex-boleiro do Marinheiro. Nos quase 30 jogos houve apenas um cartão vermelho. E foi porque o cara colocou a mão na bola pra evitar um gol.
Um jantar, seguido por baile com a banda Torre de Babel, fechou os jogos entre a noite de ontem e a madruga de hoje no Centreventos.