Lembra de Bonnie e Clyde, o casal de criminosos que virou personagem de filmes e aterrorizou os Isteites na década de 30 do século passado? Pois Itajaí também tem sua versão do casal. A diferença é que os pombinhos do mal daqui foram menos eficientes. Ontem, pela manhã, meteram um assalto no laboratório de prótese odontológica CCB, na rua Antônio Manuel Moreira, no bairro Fazenda. Os criminosos renderam os funcionários para roubar o dinheiro do pagamento, mas deram com os burros nágua, já que a grana não estava mais na empresa. O casal, que chegou por lá de mãozinhas dadas antes de anunciar o assalto, teve os carões filmados pelas câmeras de segurança. Para a polícia e para um funcionário da clínica, não resta a menor dúvida de que os bandidos tinham informação privilegiada.
No meio da manhã, uma mulher loira, com os cabelos amarrados, bermuda e blusa verde, entrou na clínica. Pediu informações sobre prótese dentária, pegou um cartão com a indicação de um especialista ...
No meio da manhã, uma mulher loira, com os cabelos amarrados, bermuda e blusa verde, entrou na clínica. Pediu informações sobre prótese dentária, pegou um cartão com a indicação de um especialista e saiu como se fosse uma cliente. As secretárias que a atenderam nem imaginavam que a bonitona fosse uma assaltante. A Bonnie peixeira usou o pretexto de estar interessada numa dentadura para dar um bizu no local. Horas mais tarde, ela voltaria para assaltar o laboratório.
Chegaram de mãozinhas dadas
Era perto das 13h quando uma secretária da clínica abriu a porta ao que parecia ser um casal de clientes, que chegou por lá de maneira inocente, de mãozinhas dadas. Puro engano. Logo ao entrar, o homem apontou a arma para dois funcionários e anunciou o atraque.
Naquele exato momento, o protético R.B., 43 anos, estava descendo a escada e tomou um cagaço. O bandido meteu a arma no peito do coitado, que foi obrigado a acompanhá-lo ao segundo piso. Por lá estava outra protética, que mesmo grávida não foi poupada pelos bandidos: também foi amarrada com o colega. Por várias vezes o ladrão apontou a arma para os dois, que ficaram deitados no chão. Ele mandou que eu me virasse de bruços e não olhasse pra ele. Pensei que fosse morrer, contou R., ainda abalado.
O Clyde peixeiro notou que o protético tava apavorado e teve a cara de pau de tentar tranquilizá-lo. Calma, que aqui é profissional!, teria dito o bandido. Ele revistou R., mas não encontrou nada na carteira e não quis nem levar o celular. Eu disse que a gente é trabalhador e não tem dinheiro e ele respondeu que sabia, que a grana está com ela. Tenho certeza que ele estava falando da minha patroa, lembrou o técnico, completando: Alguma informação eles tiveram.
Bandida chamou comparsa pelo nome
Enquanto o assaltante vasculhava os cômodos do segundo piso da clínica, sem achar nenhum pila, a parceira de crime, desarmada, tentava manter as secretárias e outro funcionário na recepção. Mas não conseguiu. Ela mandou que eu ficasse, mas saí correndo, disse o rapaz, que pediu para não ter o nome revelado. Depois que ele simandou, as secretárias fizeram o mesmo.
A bandida, com cara de tacho, chamou o comparsa pelo nome de Maicon. O ladrão, armado, desceu a clínica feito um corisco e Bonnie e Clyde saíram andando, na direção da lojona da Havan. Não foram mais vistos.
Para os policiais militares que atenderam a ocorrência, não restam dúvidas de que algum dos 15 funcionários ou um ex-empregado da empresa deu a letra sobre o pagamento dos funcionários.
As câmeras de segurança gravaram tudinho, e os homi já têm em mãos as fuças dos ladrões.