Dois auditores fiscais do MTE deram um pulo no canteiro de obras da passarela para uma fiscalização de rotina na tarde de quarta-feira. Eles observaram que a empresa não cumpria diversos itens obrigatórios pra garantir a segurança da peãozada. Os trabalhadores corriam o risco de queda de grande altura e não tinham proteção coletiva, como corrimão e rodapés; as máquinas e equipamentos estavam sem proteção e aterramento, o que aumenta o risco de choques. Além disso, faltavam tapumes.
Continua depois da publicidade
Por todos esses perrengues, a obra foi embargada por tempo indeterminado. De acordo com o chefe do setor de Segurança e Saúde do Trabalhador do MTE, Roberto Cláudio Lodetti, só estão autorizadas as obras para readequar o canteiro e deixá-lo de acordo com as normativas de segurança.
Na manhã de ontem, já havia peões trampando pra atender as exigências. Entre os itens, está a colocação de tapumes ao redor do terreno para garantir a segurança do povão que passa por lá e também pra evitar que as pessoas entrem na obra. Outra solicitação é a limpeza do local. Muito material usado em outras etapas da quebradeira continua jogado pelos cantos, criando riscos aos trabalhadores.
Continua depois da publicidade
O MTE não deu prazo para que a empresa cumpra as exigências. Enquanto isso, a obra deve ficar parada. Segundo Roberto, assim que a Helpcon terminar os trampos, eles devem solicitar a visita dos auditores fiscais para que uma nova vistoria seja feita. Agora, a pressa é da empresa. Quanto mais rápido eles fizerem, mais depressa será liberada a obra, afirma.
Empresa já está se mexendo
Na manhã de ontem, o que mais se ouvia era o barulho do bater do martelo. Os peões já estavam se coçando para colocar tapumes ao redor da construção. O engenheiro responsável pela passarela, Clóvis Dobner, assume que realmente deixou alguns cuidados de lado. Passou, foi falha minha, diz. Ele garante que as mancadas serão resolvidas até quarta-feira da semana que vem.
O MTE também pediu um documento de responsabilidade técnica da empresa, no qual todos os itens de segurança devem estar relacionados. O engenheiro Clóvis se defende e diz que o papéli está anexo ao projeto executivo da obra, mas o MTE carca que o documento não obedece a lei.
A maioria das obras que nós embargamos é porque o projeto não está adequado ou não é cumprido, explica Roberto. Para resolver o problema, o engenheiro diz que vai fazer um projeto separado para o MTE. Já estamos providenciando a regularização a fim de que possamos voltar a trabalhar, afirma Clóvis.
A companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú (Compur) é a responsável por fiscalizar a construção da passarela, mas o presidente do órgão, Niênio Gontijo, tirou o corpo fora quando questionado sobre a fiscalização dos itens de segurança. Nós fiscalizamos a qualidade técnica da obra. A segurança do trabalho não é responsabilidade minha, jura.
Custo da passarela já é de R$ 27 milhões
Continua depois da publicidade
Na hora de repassar a grana à Helpcon, quem assume a bronca é Niênio Gontijo, presidente da Compur. A obra milionária, que estava orçada em R$ 22 milhões assim que foi licitada, já está em R$ 27 milhões. O último aditivo repassado à empresa foi de R$ 3 milhões.
De acordo com Niênio, o valor cresceu porque, entre o projeto básico e o projeto executivo, feito pela Helpcon durante as obras, houve um aumento no material usado na construção. No total, cinco aditivos já foram pagos pela prefa. Já o prazo pra entrega atrasou mais uma vez. Agora, a previsão é que a pinguela chiquetosa fique pronta em março de 2014.
De acordo com Niênio, o valor da obra pode aumentar em até 25%. Segundo ele, até agora já foram 21%. Teve aumento de concreto, aço, peso da estrutura, estacas de fundação. E tudo isso causou o alargamento da obra. Consequentemente, o valor também aumentou, justifica.