Os bombeiros voluntários de Barra Velha pedem socorro. Há cerca de um mês o pessoal está sem ambulância para atender a população da Capital do Pirão e também de São João do Itaperiú. Os dois veículos, ambos antigos e cheios de defeitos, estão inoperantes. A gente anda preocupada, pois a temporada está chegando, alerta Kelly Andressa Baloco, 29, comandante dos vermelhinhos.
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Das duas ambulâncias que operavam na city, a modelo canadense não funciona desde o ano passado. Estragou, e a gente teve que mexer muito. É um veículo bastante antigo. Pelo preço, não compensava ...
Das duas ambulâncias que operavam na city, a modelo canadense não funciona desde o ano passado. Estragou, e a gente teve que mexer muito. É um veículo bastante antigo. Pelo preço, não compensava arrumar mais, explica.
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A segunda baixa rolou há cerca de um mês, quando a ambulância Master, ano 2001, teve uma sucessão de problemas mecânicos. Segundo Kelly, os primeiros reparos foram custeados pelo batalhão, mas a situação piorou depois. Agora, foi a caixa de transmissão e algumas peças debaixo. Orçaram em R$ 6 mil o conserto, conta.
Sem dindim para arcar com o preju, o pessoal largou o veículo, que ficou parado por 21 dias. Só na semana passada é que conseguiram mandar a ambulância para uma oficina mecânica. É a única ambulância com a qual a gente conta hoje, pois a canadense não serve mais, admite Kelly. Segundo ela, não há outra opção a não ser esperar até que o veículo esteja disponível.
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Vermelhinhos pagam para trampar
Entidade sem fins lucrativos, o corpo de Bombeiros Voluntários de Barra Velha é mantido por donativos e depende da boa vontade da comunidade. Mas, segundo Kelly, eles recebem míseros R$ 4.800 mensais referentes à taxinha de um reale incluída na conta de luz dos moradores. Se você somar o número de moradores de São João do Itaperiú [uns 3500 habitantes] e Barra Velha [cerca de 25 mil habitantes], vai ver que essa conta não bate, choraminga.
O único benefício recebido da prefa, descasca a voluntária, são os 500 litros de combustível mensais. Com tão poucos recursos, Kelly admite que os 23 bombeiros voluntários precisam, na maioria das vezes, fazer vaquinha pra pagar as contas do quartel. A gente tem que custear alimentação, combustível, uniforme, água e telefone. Nós trabalhamos de graça e ainda temos contas pra pagar, desabafa.
Prefa promete ajudar
O prefeito Claudemir Matias (PSB) admite que as condições dos bombeiros voluntários são precárias. Ele diz que a prefa não conseguiu ajudá-los neste ano por conta de uma série de dívidas feitas com outras associações.
O prefeito, contudo, diz que vai tentar contribuir financeiramente com os vermelhinhos neste ano. Eles têm algumas dívidas pequenas, na casa dos R$ 10 mil, e isso eu consigo arrumar agora, acrescenta.
Claudemir garante que, no ano que vem, pensará em uma solução pra melhorar as condições de trampo dos voluntários, como estimular o trabalho conjunto entre militares e voluntários. Já estou pensando até em uma possível composição. Queria já para esse ano, mas não deu, diz.
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