Depois da vinda da regata Volvo Ocean Race no ano passado e agora da Transat Jacques Vabre, a cidade de Itajaí está mais famosa do que muito ator da Globo, pelo menos para os grã-finos e amantes de barcos chiquetosos. Os investimentos no setor náutico realizados nos últimos anos na city, como a vinda de estaleiros pra cá e, agora, com o início da construção da marina no Saco da Fazenda, começam a chamar a atenção de grandes organizadores de eventos direcionados ao mercado náutico. Uma prova disso foi o lançamento oficial do 1º salão Náutico Internacional de Itajaí, o Le Salon, que rolou ontem, no Centreventos, durante mais uma noite do evento Aventura pelos Mares do Mundo.
Apesar do lançamento oficial ter sido ainda em novembro, a feira só vai acontecer entre os dias 11 e 16 de fevereiro de 2014, junto com a largada da regata Velas Latinoamérica na city. Este deverá ...
Apesar do lançamento oficial ter sido ainda em novembro, a feira só vai acontecer entre os dias 11 e 16 de fevereiro de 2014, junto com a largada da regata Velas Latinoamérica na city. Este deverá ser um dos maiores eventos internacionais do setor e vai reunir empresas vindas de todos os lugares do mundo para expor seus produtos pra lá de luxuosos. Até mesmo quem não tem grana pra comprar um barquinho poderá conhecer e apreciar todas as atrações programadas durante a feira, pois a entrada é digrátis.
Durante os seis dias de evento, cerca de 100 expositores mundiais vão estar em Itajaí para divulgar seus produtos e fazer bons negócios. Na água, mais de 70 embarcações estarão à disposição dos visitantes. Mas a feira não será só de negócios, não. O grande diferencial vai ficar por conta de fóruns e debates que serão realizados sobre o setor de barcos, que vai da matéria-prima para produção de veleiros, empresas de estaleiros, crescimento náutico e econômico, entre outros.
Chistophe Vieux, diretor-geral da associação Grand Pavois Organisation, empresa que vai organizar a feira peixeira, explica que a ideia de montar um evento deste tamanho no Brasil partiu de um pedido feito pelo ministério do Turismo no ano passado, durante o Grand Pavois, feira que acontece há 40 anos em La Rochelle, na França. Chistophe aceitou na hora, pois já pensava em trazer a feira para o país. A escolha por Itajaí foi mais fácil ainda. Esta cidade me mostra vontade de desenvolver o mercado náutico. Itajaí recebeu muitas pessoas com a Volvo Ocean Race, que abriu as portas para novos investimentos no setor, e nós iremos trabalhar para que em 2014 seja mais um sucesso de público, afirma.
O bambambã das feiras flutuantes acredita que, com a chegada do salão internacional e a construção de uma marina em Itajaí, que será das maiores do Brasil, a city deve ganhar impulso no desenvolvimento e se transformar em um dos polos náuticos mais importantes do país. Outro objetivo da feira é atrair cada vez mais público e empresários para investir no ramo dos mares e dos rios.
Jeanine Périé, diretora da Brasil Ocean Consultoria, empresa brasileira parceira da Grand Pavois, reforça que não foi por acaso que Itajaí foi eleita sede da feira. Foi esta vontade de desenvolvimento e o potencial para o setor que fez com que Itajaí se destacasse. Depois do Rio de Janeiro, por exemplo, a cidade tem o maior número de estaleiros do país, diz.
Mão de obra qualificada ajuda o setor a crescer, diz abobrão
Itajaí sempre teve vocação náutica. Da pesca artesanal à industrial, do porto comercial à indústria naval. A chegada de regatas internacionais, como a Volvo Ocen Race e a Transat Jacques Vabre, reforça essa natureza econômica da city voltada para o mar. Só no ramo da construção naval, estima Onézio Gonçalvez Filho, secretário do Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Sedeer) da prefeitura de Itajaí, são mais de 30 empresas.
Algumas das mais famosas marcas da construção naval de recreação e luxo, que atuam no país, estão instaladas em Itajaí. Entre elas a chiquetosa italiana Azimute, que produz iates de alto padrão, a esportiva Fibrafort, dona da famosa linha Focker, e o estaleiro artesanal Kalmar, que na contramão da história produz cobiçados barcos de madeira. Para abrigar empresas desse porte, a cidade precisou desenvolver uma mão de obra qualificada no setor, que a tornou referência no país. Nós temos a melhor mão de obra qualificada do Brasil, sem dúvida, sigaba o abobrão da Sedeer.
Onézio acredita que as famílias que antigamente possuíam carro, quando sobrava uma graninha, adquiriam um segundo possante. Hoje, ao invés de carango, elas estão preferindo investir numa lancha. Hoje em dia, pode-se ter a primeira lancha com R$ 60 mil, comenta, acreditando que isso tenha ajudado a bombar ainda mais o setor.
Para dar conta dessa demanda, o setor náutico em Itajaí é uma das áreas que mais emprega na city, observa ainda o abobrão. Por isso, acredita que Itajaí só tende a crescer ainda mais se continuar com esse filão econômico que é a indústria naval. O empresário que ficar de fora deste setor e ver o bonde passar vai estar perdendo uma grande oportunidade de crescer também, conclui.